Contato pele a pele com o bebê nas primeiras semanas de vida junto aos seus responsáveis pode fazer com que os episódios de choro sejam menores durante o crescimento

Contato pele a pele com o bebê nas primeiras semanas de vida junto aos seus responsáveis pode fazer com que os episódios de choro sejam menores durante o crescimento

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As cólicas são um problema comum em bebês, especialmente nos primeiros meses de vida, e causam temor em pais de primeira viagem. Meninos e meninas são igualmente afetados, independentemente de mamar no peito ou tomar fórmula. Esse desconforto pode ser fruto de algumas conjunturas, mas seu motivo exato ainda não é totalmente compreendido. Algumas teorias relacionam as prováveis causas ao sistema digestivo em desenvolvimento, acúmulo de gases, sensibilidade alimentar, ou mesmo ingestão de ar na hora e mamar ou tomar leite na mamadeira, acarretando dor abdominal e choro constante.

Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e médica da UTI Neonatal do Hospital e Maternidade São Cristóvão,  Claudia Conti comenta que o tempo das cólicas geralmente varia de bebê para bebê. "Os episódios costumam passar completamente até no máximo seis meses de vida." Segundo a especialista, a cólica típica se manifesta como um ataque de choro forte, agudo, estridente e crescente. "O bebê se estica, fica vermelho, vira a cabeça para os lados e se encolhe".

A pediatra descreve alguns dos sinais emitidos pelos bebês durante essas ocorrências:

Choro inconsolável: o bebê chora intensamente, muitas vezes no final da tarde ou à noite, e o choro pode ser alto e agudo

Pernas encolhidas:
o bebê pode encolher as pernas em direção ao abdômen, demonstrando desconforto

Barriga tensa: a região abdominal do bebê pode ficar rígida ao toque

Mudanças de expressão:
o bebê pode fazer caretas, franzir a testa ou parecer desconfortável

Agitação: o bebê pode se contorcer ou se mexer constantemente enquanto chora

Gases: a presença de gases é muitas vezes associada a cólicas e pode causar desconforto adicional

"É importante notar que os sinais de cólicas também podem estar associados a outros problemas de saúde, como refluxo gastroesofágico, alergias alimentares ou infecções", complementa Claudia Conti.

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Para aliviar o desconforto das cólicas, além da tão recomendada dica de fazer o bebê arrotar depois de cada mamada, com tapinhas delicados em suas costas, algumas das seguintes estratégias levantadas pela especialista, ou a combinação de algumas delas, podem ser eficazes:

Movimento suave: embale o bebê nos braços, use um balanço ou uma cadeira de balanço para acalmá-lo

Barriga para baixo: colocar o bebê de bruços sobre o colo ou em uma superfície macia e segura pode ajudar a aliviar a pressão abdominal

Massagem: com cuidado, faça movimentos circulares suaves na barriga do bebê, no sentido horário. Isso pode ajudar a liberar gases

Água morna:
um banho morno pode relaxar os músculos do bebê e aliviar o desconforto

Ambiente relaxado:
diminua as luzes, ou reduza o barulho para que o seu bebê possa descansar

Além disso, estudos demonstram que o contato pele a pele com o bebê nas primeiras semanas de vida junto aos seus responsáveis pode fazer com que os episódios de choro sejam menores durante seu crescimento. Em aguns momentos, o bebê vai chorar, independentemente do método de alívio escolhido. "Experimente abordagens diferentes e, caso a sugestão não funcione em uma semana, passe para a próxima da lista. A fase de cólicas de seu bebê passará, então, não se frustre. Peça ajuda da família e dos amigos e divida os cuidados do bebê com o companheiro, pois essas pessoas serão uma importante rede de apoio. Além disso, exponha suas dúvidas ao pediatra e converse também com seu médico sobre formas de lidar com a frustração causada pelo choro constante. Grupos de mães ou fóruns online também proporcionam dicas e conselhos de outras mães que passam pela mesma situação", aponta a profissional.