Ilustração de sepse

Doença consiste em uma resposta inadequada do organismo a algum quadro infeccioso, ocasionando danos e disfunções de órgãos do corpo

Pixabay

A sepse é uma condição clínica grave que afeta cerca de 670 mil pessoas por ano no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Antigamente conhecida como infecção generalizada, a doença consiste em uma resposta inadequada do organismo a algum quadro infeccioso, ocasionando danos e disfunções de órgãos do corpo. De acordo com a médica Silvana Ricardo, infectologista na Rede Mater Dei de Saúde, é preciso estar atento aos sinais de alerta da doença, como febre; aceleração do coração; respiração rápida; fraqueza; pressão baixa; diminuição da urina; sonolência e confusão mental.

"Para pacientes hospitalizados devemos atentar para aqueles que estão em tratamento de infecção mesmo que recebendo antibióticos; em uso de cateter venoso ou urinário; em tratamento de câncer; queimados entre outros. Contudo, qualquer pessoa pode ter sepse", alerta a médica. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a estimativa é de 240 mil mortes por ano no Brasil em decorrência de manifestações de infecções graves no organismo.  
 

Primeira causa de morte e readmissão em hospitais no mundo, a sepse pode afetar qualquer pessoa, inclusive as mais jovens e saudáveis. No entanto, é preciso ficar atento especialmente aos grupos de risco: idosos, pessoas com comprometimento da imunidade (doenças oncológicas, transplantes e usuários de medicamentos que reduzem a imunidade), pessoas com doenças crônicas (diabetes, doenças pulmonares, cardíacas ou renais), pacientes internados em hospitais ou que estejam fazendo uso de dispositivos invasivos (como cateteres venosos, por exemplo).

Atenção aos sintomas

A infectologista Silvana Ricardo lembra que qualquer processo infeccioso pode evoluir para um quadro de sepse, porém os mais comuns são infecções bacterianas agudas, como pneumonias, infecções urinárias, abdominais e de pele. "Contudo, é importante ressaltar que infecções causadas por vírus, como Influenza e Covid-19, ou por fungos também podem evoluir para a sepse", pontua.  

 

Leia também: Tiago Leifert e Daiana Garbin vem a BH para falar sobre tumor ocular 

 

Para reduzir os riscos, é importante que o tratamento da infecção ocorra de maneira rápida e efetiva. O diagnóstico deve ser feito com base na identificação do agente infeccioso e na realização de exames que ajudem nessa identificação, como hemograma, função renal, contagem de plaquetas, bilirrubinas e lactato, além dos exames de cultura para identificar micro-organismos. Os pacientes devem estar atento aos sintomas, sendo os principais:

- Elevação da frequência cardíaca e respiratória
- Alteração do nível de consciência (confusão mental, desorientação etc.)
- Hipoatividade ou letargia
- Pressão arterial baixa
- Desmaios
- Dificuldade para respirar
 
Se a pessoa estiver com sinais ou diagnóstico de alguma infecção, ela deve ficar atenta a esses sintomas. Em caso de identificação de algum desses sinais, é necessário buscar atendimento médico-hospitalar com o máximo de urgência.

Tratamento rápido

Devido à gravidade da condição, a sepse exige um tratamento rápido, que acontece principalmente pela administração de antibióticos intravenosos e na promoção da estabilidade clínica do paciente, através de hidratação intravenosa.  

De acordo com o Instituto Latino-Americano para Estudos da Sepse (ILAS), o tempo médio necessário para a administração desses antibióticos é de 60 minutos. Segundo a Anahp, o tempo médio de permanência de pacientes com sepse nos hospitais privados é de 10 dias.

Além de um tratamento rápido, alguns hábitos podem ajudar a diminuir o risco da sepse, como: respeitar o calendário de vacinação infantil e adulto, higiene adequada das mãos e cuidados com equipamentos médicos, especialmente em unidades hospitalares. Além disso, é imperativo evitar a automedicação e o uso de antibióticos que não tenham sido receitados por um médico.