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Sociedade Mineira de Oftalmologia reforça o movimento orientando a população sobre a importância de ser um doador de córnea

Bruno Henrique/Pixabay

 
De acordo com a Agência Brasil, órgão público de notícias, a demanda, especificamente, por transplante de córnea no Brasil dobrou ao longo dos últimos cinco anos. Em 2019 eram 12.212 pessoas na fila e até maio deste ano cerca 24 mil e 300 pacientes estão na espera. As campanhas para doação do órgão são realizadas durante todos os meses e são intensificadas no ‘Setembro Verde’ que aborda os transplantes de maneira geral. A Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO) reforça o movimento orientando a população sobre a importância de ser um doador.

Um dos entraves tanto para o transplante de córnea quanto de outros órgãos é que, desde o desaceleramento da pandemia da COVID-19, o volume de procedimentos não retornou ao normal.

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o total de intervenções feitas no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022 é menor do que o que era executado no início da década passada.

Recuperação de mais de 90% da visão

O diretor da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) e da SMO, Luiz Carlos Molinari, explica que a cirurgia na córnea pode recuperar em mais de 90% a visão do paciente com alguma deficiência visual.

Molinari ainda esclarece que a córnea é um tecido transparente que fica na parte da frente do olho que pode ser comparada ao vidro de um relógio ou a uma lente de contato.

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“Se a córnea embaça a pessoa pode ter a visão bastante reduzida ou, às vezes, até perder a visão”, acrescenta Molinari. Conforme ele, a decisão de transplantar um paciente ocorre quando todos os outros tratamentos já não são eficientes para manter a qualidade de vida e, nesse caso, resolver o problema visual.

MG Transplantes

Dados da CBO de maio deste ano mostram que São Paulo contabiliza nove unidades de transplante e responde por um terço das cirurgias de córnea: foram 29,9 mil intervenções entre 2012 e 2022. Em seguida está Pernambuco com 5770 procedimentos, Minas Gerais com 5696, Paraná com 4946 e Ceará com 4727.

Na outra extremidade estão Tocantins, Acre, Rondônia, Alagoas e Paraíba com respectivamente 145, 237, 569, 625, e 1115 transplantes de córnea.

Em todo o país, o Ministério da Saúde informa que 24 estados têm pelo menos um banco de tecidos oculares na rede pública, exceto Acre, Amapá e Roraima. 

“Deixar claro que a pessoa é um possível doador de órgãos é extremante importante, assim como orientar as famílias sobre a difícil decisão no momento da perda de um ente querido”, salienta Molinari.

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Para Molinari também é necessário lembrar a necessidade de equipes bem treinadas para a retirada do órgão em tempo hábil para o transplante e a boa comunicação entre as instituições responsáveis por todo o processo. Em Minas Gerais, a fila de espera e outras informações ficam a cargo do MG Transplantes.