João Castro, paciente do especialista Felipe Meletti, expôs nas redes sociais o processo de recuperação do peeling de fenol e acumulou mais de 30 milhões de visualizações

João Castro, paciente do especialista Felipe Meletti, expôs nas redes sociais o processo de recuperação do peeling de fenol e acumulou mais de 30 milhões de visualizações

(Reprodução: Instagram/ Joaocastroph)

Mais exposta que todas as outras regiões do corpo, que geralmente estão cobertas e protegidas pelas roupas, a pele da face é considerada extremamente sensível. A vulnerabilidade, causada pela exposição, e também por ser uma área onde a manifestação de acne é comum, contribui para o aparecimento de manchas, pintas, sinais e cicatrizes — o que pode ser um grande incômodo para algumas pessoas.

Contudo, existem procedimentos estéticos capazes de remover os sinais adquiridos ao longo da vida e, ainda, suavizar rugas e marcas de expressões que inevitavelmente aparecem com o passar dos anos. O peeling, tratamento estético existente há décadas, remove células mortas e estimula a renovação da pele, promovendo o rejuvenescimento facial.

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Daniela Machado, médica dermatologista e estética, esclarece que há diferentes formas de realizar o procedimento e que a indicação da melhor maneira para cada um dependerá das causas e do resultado almejado. “Existem os peelings físicos e químicos. Os peelings físicos promovem basicamente uma abrasão ou esfoliação da pele. Os peelings químicos, que são os mais usados e com resultados mais significativos, promovem uma aceleração na renovação celular, fazendo com que as camadas da pele sejam renovadas com maior rapidez, trazendo uma pele novinha para a superfície externa.”

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A especialista explica que o ativo químico usado, ou as combinações deles, e a técnica escolhida para a execução do procedimento são os pontos que definem até onde a pele será renovada. “Quanto mais concentrada e forte a substância usada para fazer o peeling, mais profunda é a camada da pele atingida. Por isso, classificamos os peelings químicos em superficiais, médios e profundos.”

Utilizados para tratar diversos fatores, os peelings podem ser feitos desde em adolescentes até em idosos , a escolha do melhor procedimento dependerá de cada caso, sendo assim, é necessário que o profissional faça uma avaliação profunda antes de decidir a melhor substância e concentração para o paciente.

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A esteticista e cosmetóloga Débora Grohs conta que, embora sejam mais realizados no rosto, os peelings podem ser feitos em outras regiões do corpo como no colo, para melhorar os sinais do envelhecimento, em áreas com estrias e até para queratose pilar — lesão bastante comum nos braços e coxas.

A profissional destaca que apenas os peelings físicos (cristal, diamante, ultrassom ou microdermabrasão) podem ser realizados por esteticistas. “Essas técnicas são mais superficiais e possuem efeito de esfoliação, que favorece a renovação da pele e aumenta a penetração de ativos”, Débora explica que os peelings físicos são indicados para o tratamento de cravos no rosto e estrias.

Pós-procedimento

O tempo de recuperação da pele e os cuidados após o procedimento são estabelecidos de acordo com o tipo de peeling realizado, mas independentemente da técnica utilizada, é de suma importância que o filtro solar seja aplicado regularmente.

“Como temos uma pele recém-formada, ela fica mais suscetível aos danos dos raios UV e pode ser lesada com maior facilidade. Não faz sentido, por exemplo, estarmos tratando uma mancha e formarmos uma nova no mesmo local”, salienta a dermatologista.

Os pacientes também devem ficar mais atentos à hidratação, pois o procedimento ocasiona perda da barreira cutânea que mantém a hidratação natural da pele, demandando que, posteriormente, a hidratação seja feita artificialmente até que a renovação seja completada. A médica aponta que um acelerador de crescimento celular tecidual também pode ser usado para uma recuperação mais rápida no caso de peelings médios a profundos.

Os resultados podem aparecer desde o momento imediato após a aplicação, se forem físicos ou químicos superficiais, quanto no prazo de oito dias, em média, no caso dos peelings químicos médios.
A esteticista Débora esclarece que alguns fatores interferem na duração do resultado como o tipo de pele, fator de elasticidade, se o peeling é superficial médio ou profundo ou se a pele está sob proteção contínua dos raios ultravioleta.

 


Peeling de fenol

Responsável por despertar a curiosidade de muitos internautas nas redes sociais, o peeling de fenol viralizou nos últimos meses . Felipe Meletti, médico especialista em medicina estética, realizou o procedimento no influenciador João Castro, que durante o processo, postou vídeos no TikTok e acumulou mais de 30 milhões de visualizações, popularizando o procedimento.

Meletti explica que a técnica é feita a partir da substância chamada fenol, que apresenta-se em diferentes concentrações, possibilitando o profissional a realizar desde um peeling mais superficial até um peeling que atinge as camadas mais profundas da pele.

“Quando a pessoa vai se submeter a um peeling de fenol, ela obrigatoriamente tem que fazer com um profissional muito capacitado, porque o fenol é uma substância que tem realmente resultados extraordinários, mas exige técnica muito apurada”, ressalta o especialista, que acumula vasta experiência no procedimento, tendo realizado mais de mil peelings profundos.

O profissional esclarece que muito do que se fala acerca do procedimento é mito, pois se bem conduzido, o peeling não apresenta risco algum para o paciente. “Hoje em dia, o fenol que nós usamos é um quinto da dose tóxica do peeling de fenol usado 40, 50 anos atrás, isso fez com que nós conseguíssemos uma segurança maior.”

Cerca de 30 dias antes do procedimento, o paciente é orientado a utilizar um creme à base de ácido, durante todas as noites, para preparar a pele. O procedimento é realizado a nível de bloco cirúrgico, pois exige sedação anestésica, e leva cerca de duas horas para ser finalizado. O paciente precisa ficar restrito em casa durante os 15 dias posteriores ao procedimento seguindo o protocolo de medicação estabelecido pelo especialista, para evitar risco de infecções, já que o fenol atinge a derme reticular e forma uma espécie de crosta.

“Após 15 dias a rotina volta ao normal. O paciente pode sair de casa e trabalhar, porém precisa ter cuidado com a exposição ao sol por um período em torno de seis meses, porque é uma pele imatura.” Meletti aponta que o resultado pode ser notado imediatamente após a retirada da máscara, mas que o resultado final aparece após cerca de seis meses.

Em quais casos o peeling é indicado?


- Clareamento de manchas
- Melasma
- Cicatrizes de acne
- Rinofima
- Melanoses solares e uniformização do tom da pele.

 

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira