Mulher fazendo pesquisas no laboratório

O estudo foi conduzido pela pós-doutora Kayla Farrel (foto) e o professor da Faculdade de Agricultura e Ciências Biológicas da Universidade Estadual da Virgínia Tim Jarome

Virginia Tech/Divulgação

Uma inovação no campo do tratamento do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) em mulheres foi realizada por dois pesquisadores da Universidade Estadual da Virgínia, nos Estados Unidos. Eles identificaram uma variante de uma proteína chamada ubiquitina, presente apenas no cérebro feminino, que desempenha um papel crucial na regulação do TEPT.

A universidade divulgou um comunicado no qual os cientistas explicam que a proteína ubiquitina é encontrada tanto em homens quanto em mulheres e tem uma função completamente distinta: atuar como indicador de outras proteínas que precisam ser eliminadas pelo organismo. A observação do papel dessa proteína no cérebro feminino representa um avanço notável.


Tim Jarome, professor da Faculdade de Agricultura e Ciências Biológicas da Virginia Tech, expressou sua surpresa com a descoberta, afirmando que é inesperado que a ubiquitina esteja exercendo tal função no contexto do TEPT em mulheres. Ele conduziu a pesquisa em parceria com a pós-doutora Kayla Farrel, e o estudo foi publicado na revista Molecular Psychiatry, parte do Nature Portfolio of Journals.


A fim de examinar a proteína, os investigadores modificaram-na para uma forma chamada K-63, que facilita a manipulação do material. A investigação revelou que a ubiquitina K-63 está relacionada à formação de memórias de medo no cérebro feminino, e somente nele.

Jarome explicou que, geralmente, são identificações registradas no cérebro que participam da criação dessas memórias vividas em medo em ambos os gêneros. No entanto, essa é a primeira vez que uma molécula foi encontrada com atuação seletiva em um dos sexos. Essa descoberta representa um marco importante no entendimento e tratamento do TEPT em mulheres.