imagem creche atacada por assassino em Blumenau

Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, palco de tragédia com o assassinato de quatro crianças

Anderson Coelho / AFP
A barbaridade que ocorreu em uma creche em Blumenau deixa o Brasil em choque, perplexo. O psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, MD/PHD, prresidente da Associação Brasileira de Psiquiatria  (ABP) e coordenador Nacional do Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio da ABP, junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM), ressalta que "sabemos que a glamourização de casos de violência, onde crimes bárbaros são divulgados à exaustão pela imprensa podem gerar o efeito de contágio. Alertamos e alguns jornais e emissoras de televisão adotaram a regra de não mostrar imagens e nem divulgar o nome do criminoso da tragédia de Blumenau, mas podemos fazer muito mais".

Por isso, Antônio Geraldo da Silva listou algumas orientações, baseadas em experiências clínicas e estudos científicos para auxiliar:
  1. Não divulgar fotos ou vídeos do crime, essas imagens podem causar pânico e gerar estresse pós-traumático em pessoas que acompanham o caso pela imprensa;
  2. Nunca divulgar perfis de redes sociais, textos ou frases do autor do crime;
  3. Nunca pré-julgar que a causa do crime seja uma doença mental, é errado relacionar doenças mentais e violência, pois sabemos que 95% dos atos violentos são cometidos por pessoas que não têm doença mental. Estimular esse preconceito é extremamente prejudicial;
  4. Evitar chamadas dramáticas ou ênfase no impacto da morte;
  5. Não fornecer detalhes sobre o método utilizado para cometer o crime, exemplos: “Um punhal de prata foi utilizado para o crime”, “Uma arma igual à utilizada no jogo X foi a arma escolhida”;
  6. Nunca publicar detalhes do plano e nem inspiração para o crime;
  7. Não relembrar X anos do último atentado com as mesmas características;
  8. Não relacionar atentados a casos de bullying e cyberbullying;
  9.  Não manter em evidência o fato em si;
  10. Usar o veículo de informação para dar orientações para mudança de comportamento individual e coletivo.
Conforme o presidente da ABP, "nós podemos e devemos trabalhar contra a glamourização de tragédias e cobrar mudanças nas políticas públicas no executivo, legislativo e judiciário para que ocorra a diminuição da violência em nosso país".