Homem branco com barba e camisa polo vermelha queixando-se de dor de dente

Estresse pode desencadear problemas como ansiedade, depressão e afetar saúde bucal

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Um dos principais vilões para o equilíbrio do corpo e da mente, o estresse pode afetar também a saúde bucal. "Uma pessoa estressada tem maiores chances de ter sangramento de gengiva, cáries, bruxismo e DTMs (disfunção temporomandibular), alerta o cirurgião-dentista Fabiano Leite, diretor da rede de clínicas odontológicas Odontolar+. ­Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que cerca de 90% da população mundial sofre com estresse. No Brasil, de acordo com a Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMS), o país ocupa o segundo lugar no ranking dos países com maior número de pessoas estressadas.

Diante desse quadro preocupante, que reflete nas clínicas dentárias, Fabiano Leite aposta em uma odontologia integrativa, em que o bem-estar biopsicossocial também é levado em conta pelo profissional no consultório. "É importante estarmos atentos também à qualidade de vida do paciente, observar se a saúde emocional pode estar levando à manifestação de problemas bucais. Nesse caso, encaminhamos, se for preciso, para um médico especializado, proporcionando um tratamento multidisciplinar", diz o cirurgião-dentista.



Segundo Fabiano Leite, o estresse pode desencadear problemas como a ansiedade e a depressão que, além de contribuírem para o surgimento de doenças cardiovasculares e outros males para organismo, traz consequências para uma boca saudável. "Uma pessoa que sofre com o estresse fica com o sistema imunológico de defesa mais baixo, propiciando, por exemplo, o sangramento gengival. Depressiva, ela passa a cuidar menos na higiene bucal, levando ao aparecimento de cáries. E assim como acontece o enrijecimento muscular no coração, o estresse pode afetar os músculos da mastigação, causando bruxismo e DTMs", descreve Fabiano Leite.

O bruxismo, de acordo com o cirurgião-dentista, é o apertamento dental, de forma involuntária, que pode ser no plano vertical, levando à quebra dos dentes; e o dinâmico, que faz deslizar a mandíbula no plano horizontal, levando ao desgaste. Quando os dentes estão fora de posição, a chance de danos é maior. "O tratamento é feito com uso de placas alinhadoras para impedir que os dentes toquem um no outro", diz Fabiano Leite. Os aparelhos ortodônticos também podem ser utilizados no tratamento.

As DTMs, ou seja, as dores na articulação temporomandibular (ATM) e na musculatura mastigatória, provocam dores na face. No processo do tratamento de todos esses problemas bucais provocados pelo estresse, Fabiano Leite orienta os pacientes a buscarem saídas para uma vida mais equilibrada e tranquila, como a prática de um esporte ou meditação.