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Estado de Minas Bem-estar

Menopausa e qualidade de vida podem caminhar juntas

Principais queixas se referem aos fogachos e à insônia, mas depressão, cansaço e dores de cabeça costumam ocorrer


10/04/2022 04:00 - atualizado 10/04/2022 08:23

mulher com as mãos na barriga
A menopausa é marcada por uma série de mudanças na mulher (foto: Pixabay)

Embora seja um processo natural, a menopausa ainda é encarada como um tabu, sendo pouco discutida e atrelada a crenças limitantes que podem atrasar a ida da mulher ao ginecologista para enfrentar essa fase com saúde e qualidade de vida. Daí a importância de entender suas etapas – perimenopausa, menopausa e pós-menopausa –, sintomas e possibilidades de tratamento, sem esquecer de que cada experiência é individual.
 
“As mulheres nascem com um estoque fixo e não renovável de óvulos, cujas quantidade e qualidade reduzem com o passar dos anos até a última menstruação, que marca o esgotamento desse estoque de óvulos e geralmente ocorre em torno dos 51 anos”, explica Márcia Mendonça Carneiro, ginecologista do Grupo Oncoclínicas. 
 

"Como minha mãe teve câncer de mama, busquei métodos mais naturais, como a prática de atividades físicas e outros cuidados"

Laura Barreto, de 51 anos, coordenadora de marketing

  
 
As modificações que levam à menopausa podem começar até oito anos antes, e se identificam como perimenopausa – o primeiro estágio do climatério. A profissional esclarece que alguns sintomas como irregularidade menstrual, ondas de calor, alterações do sono e do humor e ressecamento vaginal são comuns durante esse período.
 
O diagnóstico da menopausa vem depois da ausência de menstruação por 12 meses e a partir de então vem a pós-menopausa. Esse período dura até o fim da vida e em seus primeiros anos os incômodos podem abrandar ou se intensificar. Os sintomas em geral estão relacionados à queda dos níveis de estrogênio, hormônio produzido pelos ovários, que desempenha importantes funções no organismo feminino.
 
“O principal tratamento para combater os efeitos do hipoestrogenismo na pós-menopausa é a reposição hormonal, que pode ser usada desde que as particularidades de cada paciente sejam respeitadas e, na ausência de contraindicações, como ter tido câncer de mama ou no endométrio. A reposição hormonal é segura, eficaz e apresenta vários benefícios para a saúde da mulher”, descreve Beatriz Rocha, ginecologista, obstetra e vice-coordenadora da Maternidade do Hospital Vila da Serra.  
 
As alterações fisiológicas e emocionais advindas a partir da menopausa, conforme relatado pelas médicas, estão ligadas ao hipo- estrogenismo. Beatriz Rocha esclarece que o estrogênio orquestra uma variedade de funções vitais que podem mudar o equilíbrio da saúde feminina.

“A queda da sua produção na menopausa traz uma série de consequências, que afetam a qualidade de vida e a saúde, como pontuei anteriormente, já que o estrogênio é importante para o bom funcionamento do sistema cardiovascular, tem efeito neuroprotetor, e estudos recentes sugerem sua interação com as bactérias intestinais (microbioma), protegendo de doenças como a obesidade e síndrome metabólica.”

IMPACTO

 Laura Barreto
A coordenadora de marketing Laura Barreto, de 51 anos, sempre aceitou a menopausa com naturalidade (foto: Helena Barreto/Divulgação)
A coordenadora de marketing Laura Barreto, de 51 anos, sempre aceitou a menopausa com naturalidade, embora tenha sentido que as mudanças impactaram mais do que esperava. “As ondas de calor durante a noite são um pro- blema. Algumas vezes, chegam a ser tão intensas que preciso me levantar e tomar banho e, com isso, o sono fica prejudicado. Quando não se dorme bem, todo o resto, humor, produtividade, atenção, ficam prejudicados.”
 
A profissional buscou alternativas à reposição hormonal para lidar com o período. “Como minha mãe teve câncer de mama, busquei métodos mais naturais, como a prática de atividades físicas e outros cuidados”, declara.
 
De acordo com as ginecologistas, as principais queixas no consultório referem-se aos fogachos e à insônia, mas depressão, cansaço e dores de cabeça podem ocorrer. Ambas as médicas destacam que com informação e orientação médica é possível obter alívio desses sintomas e ressignificar esse período.

ESCOLHAS CERTAS


Em seu novo livro, “Menopausa – O momento de fazer as escolhas certas para o resto da sua vida”, publicado no início de março pela Editora Contexto, a jornalista e escritora Mariza Tavares retrata a menopausa como um período importante para fazer as escolhas certas que impactarão no resto da vida da mulher. “Entre a pré e a pós-menopausa, temos tempo para refletir e tomar decisões cruciais cujo impacto fará diferença na saúde física, emocional e psíquica nas décadas que temos pela frente”, diz a autora.
 
Para a jornalista, a menopausa é uma fronteira e, diante do cenário que se descortina, o risco de perder o poder de sedução que acompanha a mulher desde a juventude é perturbador. Ao longo de suas 128 páginas, o livro se divide em cinco partes: o corpo, as emoções, as relações, o sexo e o segundo ato.

 Ao entrevistar 13 mulheres, além de médicos, Mariza aborda as mudanças físicas, mentais e até os desafios profissionais, mostrando como é possível se preparar para ser protagonista desta segunda etapa da vida.  O livro não se restringe à última menstruação e suas consequências, mas vai além, mostrando que é possível se preparar para viver um ciclo diferente, com mais informação e liberdade, fugindo dos antigos tabus que sempre acompanharam a mulher nesta fase da vida.

 

Mitos e verdades


Menopausa provoca ganho de peso?
NÃO É BEM ASSIM. As mudanças hormonais mudam a forma de deposição da gordura, mas associada a maus hábitos alimentares e ao sedentarismo é que irão resultar em aumento de peso.

Os sintomas da menopausa atingem todas as mulheres?
MITO. As principais queixas atingem boa parte das mulheres, mas algumas podem passar por 
esta fase sem apresentar nenhum dos sinais.

Alimentação equilibrada e atividade física aliviam os sintomas da menopausa?
VERDADE. Uma boa alimentação junto à prática de exercício físico ajuda a manter o peso adequado e a ganhar massa óssea, bem como libera endorfina, hormônio responsável por promover sensação de bem-estar.

A reposição hormonal é o único tratamento?
NÃO. Considera-se que o grupo que mais poderia se beneficiar da terapia hormonal são as mulheres com idade inferior a 60 anos (ou até 10 anos de menopausa) com fogachos (ondas de calor), respeitando-se as contraindicações. No entanto, existem opções não hormonais para combater alguns dos sintomas indesejáveis.

A menopausa provoca secura vaginal?
SIM. Cerca de 50% das mulheres sofrem de atrofia vulvovaginal, uma condição que causa ressecamento vaginal e dor durante a relação sexual. Mas existem hidratantes vaginais ou lubrificantes, estrogênio para aplicação local em creme ou tablete.

Reposição hormonal causa câncer e trombose?
NÃO É BEM ASSIM. O aumento de risco de câncer de mama associado à TH é estimado em menos de 0,1% ao ano. Já a incidência estimada de trombose venosa profunda e embolia pulmonar (TEV) é de um a dois casos por 1 mil mulheres/ano. Alguns estudos sugerem que o uso de TH pode resultar em sete a 18 casos adicionais de trombose por 10 mil mulheres, com maior risco nos primeiros dois anos de tratamento. Portanto, é indispensável a avaliação médica especializada e seu acompanhamento.

Fonte: Ginecologistas do Grupo Oncoclínicas

*Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram 


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