Taisa Medeiros - Correio Braziliense
![Deputado Federal André Janones(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press) Janones](https://i.em.com.br/MjDKyEPbQ2PbC3SGtDAHGN06MnI=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2022/10/26/1412137/janones_1_56852.jpg)
Bebianno foi uma das figuras mais próximas a Bolsonaro ao longo da campanha, sendo um de seus principais conselheiros, e depois atuando como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Ele foi um dos primeiros a romper com Bolsonaro.
Antes de morrer, em março de 2020, Bebianno disse ter guardado material, "inclusive fora do Brasil", para ser usado caso algo acontecesse com ele. O material estaria arquivado no celular do ex-ministro, com contéudos relacionados ao presidente Bolsonaro.
"Mortos não falam, mas os celulares deles sim! Lembra desse dia Carlinha? Lembra o que foi falado aqui?", disse Janones, endereçando o tweet à deputada aliada de Jair Bolsonaro, Carla Zambelli (PL-SP). "Isso aqui é só o frame de um vídeo, e de onde saiu esse tem muito mais! Apenas aguarde! HAVERÁ CHORO E RANGER DE DENTES!", escreveu o deputado.
Em seguida, Janones publicou: "O FINAL DESSA HISTÓRIA SERÁ APOTEÓTICO! Eu prometo!". Carla Zambelli respondeu ao colega da Câmara dos Deputados: "Mortos não falam mesmo. O Celso Daniel não fala também, mas seus registros, sim", disse. Celso Daniel (PT-SP) foi prefeito de Santo André (SP), e morreu assassinado a tiros em 2002.
A senadora Mara Gabrilli (PSDB) realizou uma acusação de que Lula teria envolvimento na morte do ex-prefeito, a qual foi veiculada no programa Jovem Pan News. O presidente Jair Bolsonaro também já havia mencionado tal acusação, mas o trecho do conteúdo da senadora foi compartilhado pela deputada federal Carla Zambelli (PL) e pelo senador Flávio Bolsonaro (PL). Sobre a acusação, Lula recebeu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) direito de resposta.
Seis pessoas foram condenadas pelo assassinato de Celso Daniel e cumprem pena, mas nenhuma delas tem relação com o Partido dos Trabalhadores.
Quem foi Bebianno
Bebianno faleceu em março de 2020, quando já havia deixado o governo Bolsonaro. Conforme informações oficiais da época, o ex-ministro estava em seu sítio em Teresópolis. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu.
Bebianno era pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB. Ele também coordenou a campanha de Jair Bolsonaro à presidência da República, o que lhe rendeu o cargo de secretário-geral da Presidência do governo. Ele foi exonerado no dia 18 de fevereiro de 2019, em meio às denúncias de que o partido que elegeu Bolsonaro à presidência havia utilizado de candidaturas laranjas.
A queda de Bebianno começou após denúncias de que uma candidata do PSL à Câmara dos Deputados alegou que havia sido usada como laranja nas eleições de 2018. Maria de Lourdes Paixão concorreu pelo estado de Pernambuco e teve um número inexpressivo de votos, na contramão da quantia destinada à ela durante a campanha. A candidata recebeu R$ 400 mil reais do fundo partidário. À época, Bebianno era presidente do PSL.