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Estado de Minas ELEIÇÕES 2022

'Tenho, sim, um cacife político nesse estado'

Com 35% dos votos, Kalil (PSD) perde disputa para o governo, afirma estar "muito triste", mas demonstra confiança e cogita nova tentativa ao Palácio Tiradentes


03/10/2022 04:00

Alexandre Kalil em pronunciamento após derrota nas urnas
Em pronunciamento na noite de ontem, ex-prefeito de BH disse que após derrota não vai "enfiar o rabo entre as pernas" (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)


O candidato do PSD ao governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil, foi derrotado nas urnas no primeiro turno. Até o fechamento desta matéria, com as urnas apuradas, o ex-prefeito de Belo Horizonte havia recebido 3.803.798 votos, apresentando um percentual de 35,08% ante 56,18% de Romeu Zema (Novo). O governador reeleito recebeu 6.091.763 votos dos mineiros. Kalil disse estar “muito triste” com o revés.

Apesar da derrota, o ex-candidato deu um parecer dos próximos passos em coletiva de imprensa, após o resultado matematicamente decidido, na noite de ontem. Kalil afirmou que os mais de 3,5 milhões de votos conquistados o credenciam na vida política e que os partidos e políticos de sua coligação não podem se dar ao luxo de perdê-lo.

“Modéstia à parte, depois da derrota eu não vou enfiar o rabo entre as pernas, não. Eles vão abrir mão? Se eles não têm o Kalil em Minas Gerais, eles têm quem? Até por falta de opção. Tenho amigos, eu sou amigo, gosto deles”, disse. Além disso, Kalil demonstrou confiança para os próximos anos na política e cogitou uma nova tentativa ao governo de Minas em 2026. “Para político, voto é poupança. Na próxima (eleição), eu já não sou tão desconhecido assim.”

Perguntado sobre a possibilidade de ganhar um cargo no governo federal em eventual eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Kalil preferiu se ater à disputa do segundo turno. “O presidente Lula não tem o menor compromisso comigo. Nós ainda temos segundo turno em Minas Gerais. Ele teve uma vantagem, aliás, me parece que é o único lugar em que ele teve vantagem na Região Sudeste, então nós temos que ampliar essa vantagem, temos que trabalhar, temos que conversar”, disse.

“Nunca conversamos sobre isso e esse é um assunto que me ofende profundamente. Não estou aqui atrás de cargo, foi uma aventura espetacular, foi uma aventura sensacional, gostei, enfrentei força que todos sabem, mas nada a dizer”, completou Kalil. Apesar das negativas em comentar sobre um possível cargo no governo Lula, Kalil ressaltou que hoje é uma figura política relevante em Minas Gerais.“Eu tenho, sim, um cacife político nesse estado, uma liderança nesse estado, que eu não vou jogar fora”, afirmou.

O ex-prefeito disse ainda que não irá justificar a derrota. “Qual a desculpa que o senhor tem para perder? Vocês querem ouvir a verdade? Faltou voto. ‘Ah, porque teve poder econômico, nada’. Faltou voto. Político tem que aprender a falar quando perde, faltou voto. Então, o que faltou para você? Faltaram 20% de votos para mim para empatar com ele (Romeu Zema) no primeiro turno”, ressaltou.

Adversários

Ainda durante entrevista coletiva concedida na noite de ontem, Alexandre Kalil comentou sobre seus opositores nas eleições e rasgou elogios a Nikolas Ferreira (PL), eleito deputado federal. “Ele é extremamente inteligente. Foi oposição minha, mas é um menino fora da média. Ele é muito, muito, muito inteligente. Ele é brilhante nos objetivos dele e parece que nasceu para a política”, declarou. Candidato apoiado por Jair Bolsonaro (PL), o vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira angariou 1.491.961 votos dos mineiros e foi eleito o deputado federal mais votado no Brasil e na história de Minas.

Kalil também falou a respeito de Cleitinho, eleito senador em Minas Gerais. “Depois da eleição do Cleitinho para o Senado, nós temos que avaliar como essa política está andando. Ele entrou na onda do Bolsonaro, do bolsonarismo, que veio a Minas Gerais e teve um resultado surpreendente para todos nós. Se davam 14, 15 pontos, me parece que foi quatro, três”, disse.

O ex-prefeito da capital mineira negou que houve influência direta do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), na eleição do agora senador. “Não estou falando mal do Cleitinho, não. Estou falando que ele foi para a internet, botou a camisa do América, andou com Bolsonaro duas ou três vezes. Não vem colocar na conta do Bolsonaro a eleição dele, não. Botou a camisa do América e saiu conversando com o povo”, comentou.

O candidato ainda negou que Minas Gerais seja um estado conservador pelas escolhas para o Senado e a Câmara. “Qual estado conservador que é? Não tem estado conservador nenhum, entendeu? É uma onda”, afirmou Kalil.


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