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Estado de Minas 'CANALHAS'

Prefeito de Divinópolis diz que CPI está sendo usada para atingir Cleitinho

Gleidson afirmou que 'esquerda' está infiltrada na comissão que apontou suspeita de superfaturamento; ação pede impugnação de candidaturas de membros da CPI


24/08/2022 21:58 - atualizado 25/08/2022 10:45

O prefeito de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, Gleidson Azevedo (PSC), acusou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga gastos com a educação de usá-lo para atingir o irmão gêmeo, candidato ao Senado, o deputado estadual Cleitinho Azevedo, do mesmo partido. 
 
Em vídeo gravado dentro da casa dele e compartilhado nas redes sociais, o prefeito chamou membros da comissão de “canalhas” e afirmou que a “esquerda está infiltrada”. Azevedo retrucou declarações de “pessoas” que estariam dizendo que vão colocar a “polícia dentro da casa dele”.

O relatório da CPI foi lido na manhã desta quarta-feira (24/8). Ele aponta possível superfaturamento de R$ 8,5 milhões na compra de mobiliários, notebooks e do brinquedo chamado de Play Ball. O documento também sugere a responsabilização de Azevedo, assim como da vice-prefeita Janete Aparecida (PSC) por negligência e imperícia.

O prefeito antecipou-se a leitura do documento e, ainda na noite de quinta-feira, (23/8) afirmou, no vídeo, que a CPI passou a ter cunho "politiqueiro" para atingir o irmão dele. 

“Se tornou um palanque político (…). Primeiro, a turma da esquerda queria tirar o Cleitinho senador, não queria o Cleitinho como senador, mas agora o Cleitinho é candidato a senador. E, agora, para atingir ele, estão usando o Gleidson”, afirmou.

Em outro vídeo gravado no início da instauração da CPI, Azevedo, ao lado de Cleitinho, chegou a reconhecer que houve “erro” ao comprar o Play Ball – brinquedo que custou R$ 9,9 mil. Desta vez, ele disse que, se tiver “alguma coisa de errado”, vai “meter o pé na bunda” e se esquivou da responsabilidade.

“Se tiver alguma coisa de errado eu meto o pé na bunda de qualquer um. Eu não fiz nada de errado não, eu sou trabalhador, sou humilde, sou honesto”, declarou.

Chamando os membros da CPI de “canalhas”, ele afirmou que deveria haver uma união para eleger Cleitinho.

“A mesma turma de sempre, a turma de esquerda que está infiltrada dentro da CPI, olha que palanque político. Por que agora, no meio da campanha, se já têm dois meses de CPI? (…) Ao invés de estar todo mundo unido para eleger o Cleitinho, não, os mesmos canalhas de sempre”.
 
A CPI é formada por cinco vereadores: Ademir Silva (MDB), Lohanna França (PV), Josafá Anderson (Cidadania), Ana Paula do Quintino (PSC) e Rodrigo Kaboja (PSD), sendo que os dois últimos são da base do governo. 


Articulações

Com o mesmo discurso de “palanque político” usado pelo prefeito, o vereador da base e candidato a deputado federal Diego Espino (PSC) entrou com ação, nesta terça-feira (23/8), no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pedindo a cassação do registro da candidatura de dois membros da CPI por abuso de poder político. 

O presidente Josafá Anderson e a relatora Lohanna França são postulantes a deputado estadual. Espino pede também que, caso seja concedido o registro da candidatura, que seja cassado o diploma se eles forem eleitos. Solicita ainda a inelegibilidade de ambos por oito anos.

Na ação, ele alega que os parlamentares estão transformando a CPI em um evento midiático para se promoverem. Ele também cita a leitura do relatório sem a aprovação por todos os membros, além do adesivo afixado no celular de Lohanna durante a reunião da comissão e o momento de comemoração entre servidores e os dois no plenário.

“Por tudo o que se demonstrou, ficou mais que evidenciado que a 'CPI da Educação' acaba por se tornar verdadeiro 'palanque eleitoral' para a relatora e o presidente”, declarou.

Os vereadores

Lohanna França, Diego Espino e Josafá Anderson
Lohanna França, Diego Espino e Josafá Anderson (foto: Divulgação/Câmara de Divinópolis)
O presidente da CPI tratou a ação como “desnecessária”. “Nada foi antecipado, nada foi ocultado (...) Esse uso político está sendo usado é externamente. Há uma movimentação desnecessária e até mesmo intrigante, porque não há necessidade disso”, alegou referindo as tentativas de evitar a leitura do relatório.

Na ação, Espino pediu tutela de urgência para evitar que o relatório fosse lido nesta quarta (24/8). Entretanto, ela não foi concedida a tempo.

Lohanna chamou a ação de “manobra” orquestrada pela “tropa de choque” do prefeito para intimida-la. “É exaustivo, porque o que dá para perceber é uma tentativa muito cruel dos vereadores da base do governo, de uma gestão que quando era pedra adorava investigar tudo e agora que é vidraça está muito assustada com minha atuação que foi técnica, de me calar”, comentou a vereadora.

Antes da ação judicial, a base do governo articulou a formação de um Colégio de Líderes para que os trabalhos de todas as CPI’s fossem suspensos durante o período eleitoral. O pedido não foi aceito pela CPI da Educação.

*Amanda Quintiliano especial para o EM


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