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Estado de Minas LIBERDADE DE IMPRENSA

Repórter que denunciou esquema de fake news pró-Bolsonaro é ameaçado

Reportagem publicada nesse sábado (4/6) revela que grupos estão dispostos a pagar pela criação de conteúdos falsos em favor do presidente Bolsonaro


06/06/2022 17:23 - atualizado 06/06/2022 17:52

Homem digitando em computador
Após a divulgação da reportagem, Lucas Neiva chegou a ter dados pessoais vazados e recebeu diversas ameaças em fóruns da internet (foto: John Schnobrich/Unsplash)

O repórter Lucas Neiva, do site especializado em política Congresso em foco, foi ameaçado de morte após a publicação de uma reportagem que denuncia um esquema de produção de fake news com o intuito de beneficiar o presidente Jair Bolsonaro (PL). A matéria, feita pelo jornalista, foi publicada no sábado (4/6).

 

 

 

Após a divulgação da reportagem, Lucas Neiva chegou a ter dados pessoais vazados e recebeu diversas ameaças em fóruns da internet. “Parece que alguém vai amanhecer morto”, escreveu uma pessoa. O site Congresso em Foco também foi derrubado por um ataque hacker neste domingo (5/6). De acordo com o site, a página deles chegou a ficar fora do ar por nove horas. Também foram feitos ataques à editora do site, Vanessa Lippelt. 


O jornalista registrou um Boletim de Ocorrência e o caso será investigado pela 9ª Delegacia de Polícia de Brasília.

 

A reportagem do Congresso em Foco revela que usuários da plataforma imageboard, um fórum anônimo, estão dispostos a pagar com recursos próprios a criação de conteúdos falsos em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral deste ano. Na publicação, ainda há a orientação para que o conteúdo seja viral. 


Nesta segunda-feira (6/6), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) emitiram uma nota em solidariedade ao repórter. "Esperamos que a investigação policial sobre o caso seja rápida e precisa para que os responsáveis pelas ameaças e ataques possam ser identificados e devidamente processados nos termos legais", diz trecho da nota.

 

No ano passado, o Brasil registrou uma média de quase três ataques a jornalistas por semana, segundo relatório da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. Segundo dados da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), foram registrados 430 ataques a jornalistas em 2021, o maior número desde que foi iniciado o levantamento, na década de 1990.

Em maio, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) assinou um acordo com Supremo Tribunal Federal (STF) para combater fake news durante as eleições 2022. A iniciativa prevê ações de divulgação de informações corretas, conscientização e verificação de informações.

Nesta sexta-feira (3/6), ministro Alexandre de Moraes, do STF, disse que a Corte vai cassar os mandatos de candidatos que propagarem fake news nas eleições deste ano. 


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