![O presidente Jair Bolsonaro com o ministro das Comunicações, Fábio Faria(foto: EVARISTO SA/AFP) Fábio Faria e Jair Bolsonaro](https://i.em.com.br/ZvPBiETfLMyGKA_YVLJ51WQrZEY=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2022/04/27/1362737/fabio-faria-e-jair-bolsonaro_1_23770.jpg)
Na reunião, que durou cerca de uma hora, os representantes da empresa negaram que o adiamento do lançamento resultou de um acordo com o TSE. Em nota divulgada pelo WhatsApp após o encontro, a empresa afirma que a decisão de lançamento foi "tomada exclusivamente pela empresa, tendo em vista a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo".
"Essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)", afirmaram em nota. A empresa voltou a afirmar que a data ainda será definida e que "só acontecerá após as eleições de outubro".
Combate à desinformação
O WhatsApp, e outras redes sociais, firmaram um compromisso com o TSE, em fevereiro, a fim de combater a desinformação durante as eleições. Com o anúncio de que o Comunidades viria apenas após as eleições, Bolsonaro sugeriu que o adiamento foi exigido pelo TSE e que isso era uma forma de interferir nas eleições.
Em coletiva de imprensa após o encontro, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que o presidente está preocupado com a liberdade da empresa. "A preocupação dele é apenas que esses veículos, essas plataformas, continuem funcionando de forma livre com as próprias decisões internas, sem interferência dos Poderes", declarou.
Faria também confirmou a declaração do WhatsApp. "Todas as mudanças que ocorreram no Whatsapp no Brasil foram globais", disse. O ministro ainda comentou que, após a explicação dos representantes do aplicativo, Bolsonaro "entendeu completamente" a decisão e afirmou que o governo não interferirá no calendário de lançamento da funcionalidade.
"O presidente, depois que ouviu isso deles, entendeu completamente. Sendo uma decisão da empresa, é uma decisão do mercado. Não tem porquê nem como Poder Executivo", pontuou.
Os quatro representantes do WhatsApp que estiveram presentes na reunião com Bolsonaro e Fábio Faria são Dario Durigan (head de Políticas Públicas para o WhatsApp na Meta Brasil), Guilherme Horn (head do WhatsApp no Brasil), Murillo Laranjeira (Public Policy Director na Meta Brasil) e Eduardo Lopes, (Public Policy Manager na Meta Brasil).
De acordo com o WhatsApp, o Comunidades possibilitará a um administrador reunir vários grupos em uma mesma aba, como um marcador em que um usuário reúne vários e-mails de um mesmo assunto. Assim, um administrador poderá interagir e proliferar mensagens para milhares de pessoas - hoje a única função coletiva no aplicativo é o de grupos, cujo limite é 256 pessoas. A função foi apontada por especialistas como uma nova forma de disparar notícias falsas pelo aplicativo.