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Estado de Minas CENÁRIO ELEITORAL

Negociações da terceira via ficam mais complexas

Pelo menos seis candidatos se apresentam como uma alternativa à polarização entre o ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro na disputa às eleições presidenciais


12/12/2021 04:00 - atualizado 12/12/2021 08:08

Rodrigo Pacheco
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é pré-candidato pelo PSD (foto: Pedro Gontijo/Senado Federal)
O desenho do que seria a chamada terceira via para as eleições de 2022 fica cada vez mais complexo. Após a vitória do governador João Doria nas prévias do PSDB indicá-lo como o candidato do partido à Presidência, outro nome muito bem-visto entre políticos anunciou sua pré-candidatura: Simone Tebet (MDB), senadora do Mato Grosso do Sul, que se destacou durante a CPI da Covid. Com isso, já há pelo menos seis candidatos que se colocam como uma alternativa à polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
 
Fato é que Tebet é bem-vista especialmente no Congresso. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que é pré-candidato pelo PSD, só tem elogios à senadora e há sinais de que ele estaria tentando se aproximar dela para compor sua chapa como vice. O mesmo se fala de João Doria, que agora tenta dialogar com outros candidatos e pavimentar o caminho como o candidato da terceira via. Em seu caminho, no entanto, está o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. 

Já do lado de Simone Tebet, não há, segundo fontes no MDB, qualquer razão para que a senadora deixe de lado uma candidatura como cabeça de chapa para integrar uma ao lado de Pacheco ou Doria. Isso porque, ao menos em São Paulo, antes de anunciar sua candidatura, Tebet aparecia tecnicamente empatada com o governador, em pesquisa Ipespe feita no estado e divulgada na semana anterior ao anúncio da pré-candidatura. 
 
Simone Tebet
Pacheco pode compor chave com a senadora Simone Tebet (MDB) (foto: Pedro Gontijo/Senado Federal)
Ao se apresentar como pré-candidata, Tebet disse que o país necessita de uma nova “arquitetura política” e falou sobre o combate à fome após um governo que foi omisso durante a crise sanitária da COVID-19. Analistas entendem, no entanto, que uma eventual candidatura de Tebet não se sustenta e a tendência é de que ela, assim como Rodrigo Pacheco, acabe integrando outra chapa com mais chances de causar dor de cabeça a Lula e a Bolsonaro.
 
Para eles, a intenção do MDB é fazer com que Tebet ganhe notoriedade e capital político para eventualmente negociar com outras chapas no ano que vem. Nos bastidores, no entanto, o que se fala é que Tebet está trabalhando a todo vapor e já faz reuniões com vistas a escolher um nome para a economia.
 
Em nota, o MDB afirmou que Simone Tebet é a “mais experiente e preparada” candidata entre os nomes de terceira via e que não há, por enquanto, qualquer candidato melhor do que outro fora da polarização entre Lula e Bolsonaro. “De março até agora conversei com dirigentes do partido, que concordaram com esse desafio para 2022”, disse o presidente da sigla, Baleia Rossi (SP).
  
BUSCA DE ESPAÇO

Para Carlos Eduardo Borenstein, analista político na Arko Advice, o aceno entre João Doria e Sergio Moro é natural e ambos têm interesse em negociar, já que disputam o mesmo eleitorado. Ele não vê grandes chances, no entanto, de uma fusão das duas candidaturas. “Ambos precisam crescer sobre uma parcela do eleitorado que votou em Bolsonaro em 2018 e se afastou dele”, pontua.
 
O espaço que ambos deverão buscar é o da centro-direita. Tanto Doria quanto Moro, portanto, devem ser resistentes à possibilidade de retirar suas candidaturas. “Vamos ter no mínimo três nomes que dificilmente recuam – um é o Ciro, outro é o Doria. E o Moro entrou na disputa e é um nome que já tem 13% de intenção de voto. Se ele se mantiver na posição de hoje, dificilmente abre mão”, diz Borenstein.
 
O cientista político Eduardo Grin, da FGV, também está cético com essa possibilidade. “Se virar o ano e o Bolsonaro continuar com derretimento e Moro crescendo, isso pode significar um ponto de não retorno da candidatura do Moro. Vai ter muito empresário, militar, setores antipetistas que querem o Moro como alternativa ao PT.”
 
Pelo perfil do PSDB, a chance de Doria abrir mão da candidatura é perto de zero. Isso cria um cenário em que o próprio Bolsonaro aposta: a fragmentação das candidaturas para ele chegar ao segundo turno”, afirma Grin. “Um caminho possível é Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) ser vice de Moro e Tebet de Doria. Pacheco poderia ser vice do Lula”, diz. 


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