Em depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, 7, a ex-estagiária do ministro Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF), Tatiana Bressan, negou que tenha vazado informações do gabinete. Ela foi apontada como informante do blogueiro Allan dos Santos, do site Terça Livre, investigado no inquérito das fake news.
O Estadão teve acesso ao termo de depoimento em que a advogada, aluna do escritor ligado ao bolsonarismo Olavo de Carvalho, também pede desculpas 'caso tenha magoado ou ofendido' algum membro da equipe do ministro. Ela afirma que 'admira e respeita diversas pessoas' que atuam no gabinete.
Ainda de acordo com as informações prestadas à Polícia Federal, Tatiana disse que entendeu como uma 'brincadeira' o pedido do blogueiro bolsonarista para que ficasse como 'informante' no gabinete de Lewandowski.
Em conversa com Allan dos Santos, a advogada chegou a dizer que 'algumas decisões são modificadas por que alguém importante liga pro ministro' e que Lewandowski sempre atendeu prontamente o general Eduardo Villas-Bôas, ex-comandante do Exército. Aos policiais federais, ela disse que as informações não foram obtidas dentro do gabinete e sim na internet. "Por meio das redes sociais, notícias das mídias, blogs de jornalistas, tudo saindo da internet", afirmou. Ela também alegou que as declarações foram dadas para 'mostrar que estava informada', o que poderia de alguma forma ajudá-la a trabalhar com a deputada Bia Kicis.
Tatiana também disse que esteve pessoalmente com Allan dos Santos em duas ocasiões: em uma manifestação em Brasília no ano passado e em um evento do Aliança pelo Brasil, projeto de partido político bolsonarista que nunca saiu do papel.
Mais cedo, a advogada também foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no inquérito das fake news. Os investigadores apuram se há ligações entre a ex-estagiária do STF e o gabinete do ódio.