
No vídeo, Bolsonaro aparece ao lado do então ministro da Saúde Eduardo Pazuello, dizendo que o uso dos medicamentos, como hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e zinco, "deu certo" para reduzir mortes, sem apresentar nenhum tipo de comprovação. O presidente também questionou o uso da máscara e medidas de isolamento social.
“O tratamento precoce é preconizado [recomendado] pelos conselhos federais, conselhos regionais, orientados pelo Ministério da Saúde, e se mostrou eficaz em todas as cidades e estados do Brasil. Com o diagnóstico clínico e o tratamento o mais rápido possível a partir do diagnóstico do médico, que prescreve o tratamento”, disse o ex-ministro Pazuello na live sem comprovações.
No vídeo, Bolsonaro ainda ironiza o primeiro ministro Luiz Henrique Mandetta pela recomendação de ficar em casa. “Eu lembro do Mandetta dizendo 'fique em casa, quando sentir falta de ar procure o hospital’. Eu falei pra ele: 'Mandetta, procurar pra quê, para ser entubado?' Daí você lembra da pressa para comprar respirador, como tinha falta no mercado, de R$ 30 mil passou para R$ 200 mil. Foi uma festa, mas não vou acusar o Mandetta de mandar o pessoal ficar em casa para superfaturar para ele não, mas por coincidência, ne?”, ironizou o presidente.
Em seguida, ele continua criticando as atitudes do ex-ministro sobre o tratamento precoce. “Também na época chamei o Mandetta e falei que no protocolo estava dizendo que a hidroxicloroquina só pode ser usada em casos graves. Por que não tira graves e deixa o médico decidir na ponta da linha?”, disse.
Bolsonaro repetiu o discurso que adota para defender a cloroquina. “Quero repetir a história da guerra do pacífico quando o soldado chegava ferido e não tinha sangue e nem doador. Começaram a colocar água de coco na veia do cara e deu certo. Se fosse esperar uma comprovação científica, teriam morrido quantas pessoas na guerra do pacífico que não morreram? É a mesma coisa com o tratamento precoce da Covid com o uso da hidroxicloroquina, ivermectina”, ressalta.
O YouTube informou, em nota, que expandiu suas políticas de desinformação médica sobre a COVID-19 e que passará a remover estes tipos de vídeos que "recomendam o uso de ivermectina ou hidroxicloroquina para o tratamento ou prevenção da COVID-19, foram dos ensaios clínicos, ou que afirmam que essas subst ncias são eficazes e seguras no tratamento ou prevenção da doença".
Apesar de ter sido removido do YouTube, o vídeo segue no ar em outras plataformas, como Facebook.
Política do YouTube
Segundo o Youtube, eles vão remover os vídeos que tenham:
- Conteúdo que recomenda o uso de ivermectina ou hidroxicloroquina para o tratamento da COVID-19;
- Conteúdo que recomenda o uso de ivermectina ou hidroxicloroquina para prevenção da COVID-19;
- Afirmações de que ivermectina ou hidroxicloroquina são tratamentos eficazes contra a COVID-19;
- Alegações de que há um método de prevenção garantido contra a Covid-19;
- Afirmações de que determinados remédios ou vacinas são uma cura garantida para a COVID-19.
Ainda segundo a plataforma, desde o início da pandemia, já foram removidos mais de 850 mil vídeos por violarem políticas de conteúdo sobre o novo coronavírus.
