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Estado de Minas

Bolsonaro volta a falar em 'meu Exército' durante solenidade militar

O presidente disse também que a atuação dos militares deve seguir a Constituição Federal e que as Forças Armadas devem fazer o que deseja a maioria da população


08/04/2021 13:56 - atualizado 08/04/2021 15:42

O vice-presidente Hamilton Mourão e o presidente Jair Bolsonaro durante solenidade de promoção de oficiais-generais(foto: Marcos Corrêa/PR)
O vice-presidente Hamilton Mourão e o presidente Jair Bolsonaro durante solenidade de promoção de oficiais-generais (foto: Marcos Corrêa/PR)

Em cerimônia de promoção de 16 oficiais-generais, nesta quinta-feira, 8, o presidente Jair Bolsonaro utilizou a expressão "meu Exército" ao conjunto das forças militares terrestres do país. A citação tem sido interpretada como uma tentativa do presidente de utilizar politicamente as Forças Armadas, o que abriu uma crise na semana passada com o alto comando das instituições.

"Agradeço ao meu Exército brasileiro, o qual ainda integro, ao nosso Exército brasileiro, por este momento. Temos certeza que venceremos os desafios e cada vez mais colocaremos o Brasil no local de destaque que ele bem merece", declarou Bolsonaro, que tem patente de capitão do Exército – Força que deixou antes de se tornar político.

A insatisfação de Bolsonaro com a antiga cúpula militar do país culminou com a troca do ministro da Defesa e dos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica, mudança inédita em tão pouco tempo.

As substituições no comando do Ministério da Defesa aconteceram após incômodo de Bolsonaro com o general Fernando Azevedo e Silva, então titular da pasta.

O chefe do Poder Executivo queria um apoio político mais explícito das Forças Armadas ao seu governo, algo que Azevedo e o ex-comandante do Exército Edson Pujol se negaram a fazer. Pujol também foi demitido semana passada.

Hoje, oito ministros de Bolsonaro têm formação militar. Integrantes das Forças Armadas também administram estatais importantes como a Petrobras, os Correios e a usina de Itaipu.

Bolsonaro fez uma ressalva, durante o evento de hoje, de que a atuação dos militares deve seguir o que orienta a Constituição Federal. "O nosso Exército, tradição, o nosso Exército de respeito, de orgulho, bem como reconhecido por toda nossa população, representa para o nosso Brasil uma estabilidade. Nós atuamos dentro das quatro linhas da nossa Constituição. Devemos e sempre agiremos assim. Por outro lado, não podemos admitir quem por ventura queira sair deste balizamento".

O presidente também afirmou que as Forças Armadas devem seguir o que deseja a maioria da população. "Os momentos são difíceis. Vivemos uma fase um tanto quanto imprecisa, mas temos a certeza pelo nosso compromisso, pela nossa tradição, sempre teremos como lema a nossa bandeira verde e amarela; e a nossa perfeita sintonia com os desejos da nossa população. Assim agiremos."

No lugar de Azevedo, Bolsonaro escalou o então ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, para comandar a Defesa. No Exército, o presidente escolheu o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira como novo comandante.

Apesar de não ser o primeiro na lista de antiguidade do Exército, critério que tradicionalmente era usado para definir o comandante, pesou a favor de Paulo Sérgio o fato de ele ter um perfil apaziguador, hábil no trato com subordinados e um estilo "um manda, outro obedece", como definiu certa vez o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde que teve a gestão marcada somente pelo cumprimento de ordens do presidente.


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