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Estado de Minas ELEIÇÕES 2020

Prefeitura de Contagem: PT e DEM traçam planos para a reta final da campanha

Marília Campos vai disputar o segundo turno com Felipe Saliba no terceiro maior colégio eleitoral de Minas


20/11/2020 04:00 - atualizado 20/11/2020 07:50

Marília Campos, candidata do PT à Prefeitura de Contagem:
Marília Campos, candidata do PT à Prefeitura de Contagem: "Já tive o apoio do MDB em eleição passada, bem como do PSB. O que acontece em Contagem é a continuidade de uma relação que foi vitoriosa" (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A. PRESS - 17/5/18)
A nove dias do segundo turno, Marília Campos (PT) e Felipe Saliba (Democratas) traçam planos para a reta final da campanha em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Os 427.575 contagenses aptos a votar — terceiro maior colégio eleitoral de Minas Gerais — vão às urnas para escolher projetos que divergem em pontos sensíveis para a cidade, como os valores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Felipe Saliba, candidato do DEM à Prefeitura de Contagem:
Felipe Saliba, candidato do DEM à Prefeitura de Contagem: "A resposta das urnas é que, realmente, a cidade não quer mais o retrocesso com o partido (PT) que acabou com o país e com o governo do estado" (foto: Netun Lima/Campanha Felipe Saliba)


As estratégias dos candidatos para conquistar a preferência do eleitor têm certas semelhanças, como a busca pelo apoio de conhecidas lideranças políticas do município.

Enquanto Saliba aposta na parceria com Ademir Lucas, ex-chefe do Executivo local, Marília costurou acordo com o MDB, liderado pelo deputado federal Newton Cardoso Júnior, filho de Newton Cardoso, que, assim como ela, já comandou a cidade.

No primeiro turno, a deputada estadual obteve 41,83% dos votos válidos, contra 18,42% do empresário. A coligação encabeçada pelo Democratas tem Ademir Lucas, hoje no Podemos, como uma das figuras centrais. Além de cabo eleitoral e coordenador-geral da campanha, o ex-prefeito vai compor a administração municipal caso Saliba seja eleito.

Uma das principais propostas do candidato é retomar a isenção do IPTU residencial.

“Ademir está conosco em virtude das administrações que fez e do legado que deixou por toda a cidade. Durante o mandato dele foi aprovada a lei de isenção do IPTU residencial. Ele será nosso secretário especial para tratar do IPTU da cidade”, assegura o candidato democrata.

Prefeita de Contagem entre 2005 e 2012, Marília também lamenta os valores cobrados pelo IPTU, mas sugere a redução da tarifa. Ao classificar a ideia de isenção proposta pelo adversário como “irresponsabilidade” e “demagogia”, justifica que mecanismos legais podem inviabilizar medidas do tipo.

“Mesmo que não existissem imposições legais, a cidade precisa da arrecadação para investir em políticas públicas. Isentar o IPTU significa reduzir os investimentos na saúde, na educação e na assistência social. Não é essa a cidade que defendo. Quero uma cidade com justiça social e tributária”, afirma.

Apoiado, além do Podemos, por PSD, PP e Pros, Saliba procurou prefeituráveis derrotados no primeiro turno e vereadores eleitos para parabenizá-los pelos votos obtidos e abrir tratativas sobre possível apoio no returno.

Apesar disso, garante a oficialização de acordos apenas com figuras de linha ideológica similar.

“Aqueles com propostas que convergem com nosso propósito de reconstrução da cidade são bem-vindos, mas sem o toma lá dá cá, troca de cargos, secretarias e pagamento de contas de campanha”.

Marília, por outro lado, fechou acordo com o Republicanos, partido do terceiro colocado na primeira votação, Doutor Wellington. Ivayr Soalheiro, que ficou no quarto posto, também aderiu à campanha petista — bem como o PDT, legenda que o abriga.

O Solidariedade, do vereador eleito Alex Chiodi, também passou a integrar o grupo. Originalmente, a coligação tem, além do PT, MDB, PSB e PCdoB.

“Minha estratégia é não nacionalizar (a corrida eleitoral), fazendo uma disputa de projeto de cidade. Quando busco alianças é no sentido de garantir maior amplitude ao nosso governo, preocupada em ter interlocução para facilitar as relações com os governos estadual e federal”, pontua, explicando que, embora tenha o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, busca ampliar o leque de tratativas.

“REENCONTRO HISTÓRICO”

O Estado de Minas questionou Marília Campos sobre o acordo com o MDB, visto que os dois partidos se distanciaram desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016.

Prova disso é a eleição para o governo do estado, em 2018, quando pela primeira vez, em 16 anos, os partidos não se uniram. A deputada estadual diz que a chapa em torno dela é “referência nacional”, classificando a união como um “reencontro” em busca de melhorias para Contagem.

“Nós, hoje, estamos fazendo um reencontro pautado em uma liderança que já mostrou compromisso, experiência e competência para governar. Esse é o acordo. Minha relação não tem desgaste com nenhuma dessas lideranças, muito pelo contrário. Já tive o apoio do MDB na eleição passada (2008), em segundo turno, bem como do PSB. O que acontece em Contagem é a continuidade de uma relação que foi exitosa e vitoriosa”, assegura.

Já Felipe Saliba aposta na caça aos votos dados aos outros 13 candidatos. Ele crê que o alto número de concorrentes pulverizou as opções feitas por cidadãos que não desejam novo governo do PT. “É natural que exista uma diluição desses votos (contrários ao PT) nos demais candidatos.

Marília tinha o maior nível de conhecimento por parte da população e a resposta das urnas é que realmente a cidade não quer mais o retrocesso com o partido político que acabou com o país e com o governo do estado”, opina.

PROPOSTAS E DIÁLOGO

Felipe Saliba aponta a saúde da população de Contagem como prioridade em sua eventual gestão, e afirma estar percorrendo todas as regiões do município para ouvir e conhecer os anseios locais.

"Estamos priorizando a conversa com a população, o diálogo com a cidade para entender os problemas de Contagem, ouvir os problemas das pessoas. Nosso foco, neste segundo turno, continua sendo ouvir a população."

Marília também mira o aprimoramento da rede pública de saúde, mas se preocupa com os efeitos econômicos impostos, sobretudo, pela pandemia do novo coronavírus.

“Com o número de desempregados e a diminuição da renda, temos que garantir políticas públicas que assegurem a sobrevivência das famílias em Contagem, para que possam suportar a situação de pobreza que vive o município”, pontua. Em pauta, ainda, formas de retomar as atividades escolares em meio às restrições da COVID-19.



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