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Estado de Minas ELEIÇÕES 2020

MDB, PT e PSDB conquistam menos prefeituras em relação a 2016 em MG

Em contrapartida, PSD e Democratas e Avante cresceram no interior do estado


17/11/2020 04:00 - atualizado 17/11/2020 21:59

Paulo Abi-Ackel, presidente do PSDB-MG:
Paulo Abi-Ackel, presidente do PSDB-MG: "O PSDB é o terceiro em número de representantes nas câmaras municipais e buscou a renovação de quadros lançando jovens candidatos" (foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A.PRESS - 16/9/20)


Três dos principais partidos do país, PT, PSDB e MDB perderam prefeituras em Minas. No domingo, os emedebistas venceram em 100 das 849 cidades onde não haverá segundo turno. Em 2016, foram 163. Mesmo assim, o partido continua com maior número de Executivos municipais no estado. Na vice-liderança do ranking, estão os tucanos, que triunfaram em 89 localidades – 43 a menos que quatro anos atrás. Petistas também tiveram queda no desempenho: as 41 cadeiras do pleito passado transformaram-se em 26. Por outro lado, legendas como Democratas e PSD registraram crescimento. A primeira sigla saltou de 53 prefeituras para 85. Pessedistas, que tinham 55, agora possuem 20 a mais. Quem também elegeu muitos prefeitos foi o Avante: 52. Quatro anos atrás, foram cinco – portanto, em termos estaduais, houve aumento de 834%.

A centena de disputas vencida pelo MDB se espalha por todo o território de Minas Gerais. A maioria das cidades conquistadas são pequenas, mas há localidades relevantes, como Pedro Leopoldo, na região metropolitana, onde Eloisa do Tadeu foi eleita. Em Mariana, na Região Central, foi a vez de Celso Cota, enquanto em Nova Serrana, no Sul, Euzébio Lago venceu.

Para o deputado federal Newton Cardoso Júnior, presidente do diretório estadual emedebista, os resultados obtidos evidenciam a recuperação da legenda em Minas. “Temos, a partir daqui, a oportunidade de mostrar a força do nosso partido, mesmo com o ambiente de desgaste para o político em geral, que vem com a demonstração de que o partido se recupera e consegue resgatar e manter o vínculo com o povo dentro do estado de Minas Gerais. Saímos das urnas maiores, representados em todas as regiões de Minas e em condições de pleitear espaço majoritário na disputa em 2022”, crava, mirando a próxima disputa.

No PSDB, vitórias importantes em Poços de Caldas, no Sul, onde Sergio Azevedo levou a melhor, e em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço. Por lá, o ganhador foi Doutor Marcos Vinícius. No Vale do Rio Doce, André Merlo está no segundo turno em Governador Valadares. O presidente tucano em Minas, Paulo Abi Ackel –  que é congressista – diz que o partido se saiu bem, sobretudo, ante esforços para lançar novos quadros. “O PSDB se mantém entre as maiores agremiações no estado. É o terceiro em número de representantes nas câmaras municipais e buscou a renovação de quadros lançando jovens candidatos como Luísa Barreto e Juvenal Araújo em Belo Horizonte”.

Embora tenha mantido cidades importantes, como Alfenas (Sul), onde Luizinho foi reeleito, e Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), que deu mais quatro anos a Daniel Sucupira, internamente, o Partido dos Trabalhadores trata os feitos em Minas como abaixo das expectativas. A avaliação foi compartilhada ao Estado de Minas pelo presidente estadual do partido, Cristiano Silveira. “Não é o resultado que gostaríamos, essa é a verdade. Tínhamos projetado um desempenho um pouco melhor, mas não tínhamos a ilusão de que seria fácil – estamos em um trabalho de retomada do PT”, afirma o parlamentar estadual.

Outro triunfo significativo do partido foi em João Monlevade, Região Central do estado, onde Dr. Laércio foi escolhido pela população. Quadros históricos do partido, porém, sofreram derrotas. Em Belo Horizonte, Nilmário Miranda amargou a sexta posição, com 1,88% dos votos válidos. O deputado federal Leonardo Monteiro perdeu em Governador Valadares, no Leste de Minas. Após obter 14,45%, ele terminou no terceiro posto. Apesar disso, o PT deposita fichas em Juiz de Fora, na Zona da Mata, Contagem, na região metropolitana, duas das quatro cidades onde haverá segundo turno. Petistas terminaram a votação inicial na liderança em ambas as localidades. Tratam-se, respectivamente, de Margarida Salomão (deputada federal) e Marília Campos (deputada estadual). “Queríamos ter feito mais prefeituras, mas não entendo que o partido tenha sido derrotado. Precisamos saber o resultado desses dois municípios, que são grandes”, sustenta Cristiano Silveira.

PARTIDO DE KALIL

Legenda do prefeito reeleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil,  o PSD também venceu em Betim, com Vittorio Medioli, e em Santa Luzia, com o delegado Christiano Xavier. Os bons resultados colhidos neste ano fazem o senador Carlos Viana, responsável pela direção estadual pessedista, crer em protagonismo na próxima eleição. “Nosso desejo agora é apresentar a Minas Gerais uma legenda de equilíbrio, diálogo, mas principalmente de planejamento. No âmbito nacional, o PSD se torna um player muito importante para as decisões de 2022”.  Em que pese o desempenho positivo, Viana almeja aumentar o número de políticos filiados à sigla. “Temos a possibilidade de receber no ano que vem alguns prefeitos que foram eleitos por outros partidos e que caminharam conosco em coligações”, projeta.

Quem também festeja é Rodrigo Pacheco, presidente estadual do Democratas e colega de Viana no Senado. “Foi um desempenho muito significativo, que coloca o partido entre os grandes de Minas Gerais”, avalia. Os democratas conquistaram Ribeirão das Neves, por meio da reeleição de Junynho Martins. Conselheiro Lafaiete, com Mário Marcos, e Paracatu, com Igor Santos, também foram vencidas pelo partido. Representados por Felipe Saliba, o Democratas está no segundo turno em Contagem.

Novo não elege prefeitos em Minas

Após surpreender na eleição de 2018 e conquistar o governo de Minas com Romeu Zema, o partido Novo não venceu em nenhuma prefeitura ontem. Em solo mineiro, a legenda lançou candidatos em Belo Horizonte, Contagem (região metropolitana) e Araxá (Triângulo). Ex-presidente do partido e candidato a presidente em 2018, João Amoêdo reconheceu que os resultados ficaram abaixo da meta estipulada. “Nosso desempenho em 2020, diferentemente das duas eleições anteriores, ficou aquém daquilo que se esperava do Novo. Isso não tira o mérito e os parabéns aos eleitos e aos candidatos alinhados com os valores da instituição, mas deve servir como alerta e reflexão”, disse, pelas redes sociais.

Em BH, o Novo foi representado por Rodrigo Paiva, engenheiro e ex-presidente da Companhia de Tecnologia do Estado de Minas Gerais (Prodemge). Ele terminou em quinto lugar, com 3,63% dos votos válidos – índice que equivale a 44.977 eleitores. A quinta posição também foi obtida por Márcio Bernardino, que defendeu a sigla em Contagem. Ele obteve 13.134 votos válidos (4,62%).

Araxá, reduto do governador Zema, foi a cidade mineira onde o Novo obteve melhor desempenho percentual na corrida majoritária. Emilio Neumann teve 9,1% dos votos válidos, o que representa 4.814 adesões.

Cerca de dois meses atrás, Zema disse em entrevista que o Novo deveria ter entrado em pelo menos 20 disputas por prefeituras mineiras. “O partido tomou uma decisão que eu mesmo não concordei. Na minha opinião, nós não precisaríamos disputar 100 prefeituras, mas poderíamos disputar 20. Mas a decisão do diretório nacional foi acatada”.

Na capital, o partido conquistou três das 41 cadeiras na Câmara. Marcela Trópia foi a mais votada da agremiação, por 10.741 eleitores. Atrás dela, Fernanda Pereira Altoé, obteve 6.049 votos. Quem também conquistou mandato é Bráulio Lara, que obteve 5.776 votos. O partido conta com Dr. Bernardo Ramos, que não tentou a reeleição porque pretende se candidatar a deputado federal em 2022. Ao todo, o partido fez 29 parlamentares municipais neste ano. Eles estão divididos por 19 cidades e seis estados. Amoêdo reconheceu a importância dos candidatos bem votados, mas disse crer que o momento é de aprendizado. “É importante valorizar os resultados, porém, é mais importante identificar e aprender com os erros, só assim continuaremos a crescer e ser de fato uma instituição que represente a esperança de mudança para o país”, afirmou. Quanto aos parlamentares eleitos em todo o país, o partido ficou abaixo, inclusive, de agremiações 'nanicas', como o PMB, o DC e o PRTB.

Em São Paulo, o Novo lançou Filipe Sabará na corrida à prefeitura. Divergências internas, no entanto, fizeram o candidato ser expulso da sigla. Ele não apareceu nas urnas e, na reta final da campanha, acabou incorporado à campanha de Celso Russomanno (Republicanos), que ficou fora do segundo turno, a ser disputado por Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol). No Rio de Janeiro, o escolhido foi Fred Luz, ex-CEO do Flamengo. Ele terminou no nono posto, com 1,76%, atrás de Eduardo Bandeira de Mello (Rede), que presidiu o rubro-negro quando Fred era dirigente da equipe. 


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