(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas Crise política

Ministro Paulo Guedes enfrenta 3ª baixa na equipe em apenas um mês

Ministro da Economia perde Caio Megale, que era diretor na Secretaria da Fazenda, além de peça importante no controle do gasto público. Presidência do BB também está vaga


27/07/2020 04:00 - atualizado 27/07/2020 07:22

Caio Megale também usou desejo pessoal como argumento para o pedido de demissão, como fizeram outros dois auxiliares do ministro (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Caio Megale também usou desejo pessoal como argumento para o pedido de demissão, como fizeram outros dois auxiliares do ministro (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)


Mais um membro da equipe econômica decidiu deixar o governo. É o diretor de programas da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Caio Megale, que pediu para sair do cargo, com a intenção de voltar ao mercado financeiro. Trata-se da terceira baixa na equipe comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em apenas um mês.
 
É que, no último dia 15, Mansueto Almeida também trocou o Tesouro pela iniciativa privada. E, na sexta-feira, Rubem Novaes pediu demissão da presidência do Banco do Brasil, alegando cansaço. Por sua vez, Megale já deixa a direção de programas da Secretaria Especial de Fazenda na sexta-feira.
 
Fontes próximas ao economista explicaram que ele já vinha planejando a saída e havia avisado a equipe desse desejo. O plano de Megale é voltar a São Paulo, para ficar mais perto da família. Não há confirmação também de que ele teria sofrido pressões por causa do aumento de gastos decorrente dos recursos concedidos a estados e municípios para enfrentarem a pandemia do novo coronavírus.
 
Integrantes do mercado financeiro, contudo, receberam a notícia com surpresa e apreensão. Analistas de bancos e corretoras dizem que é estranho o fato de três integrantes da equipe econômica abandonarem o governo em tão pouco tempo, todos alegando razões pessoais. Por outro lado, acreditam que isso não enfraquece a equipe. Eles entendem que enquanto Paulo Guedes for ministro da Economia o ajuste fiscal será uma prioridade. O teto de gastos impede o avanço – no Congresso ou dentro do próprio governo – de qualquer intenção de aumentar as despesas acima do limite permitido pela regra constitucional.
 
Fontes ligadas a Guedes reforçaram que não foi a pressão pelo aumento de gastos no pós-pandemia que provocou mais essa baixa, visto que o governo está sujeito ao teto de gastos. E dizem que, como estava em uma assessoria da Secretaria Especial da Fazenda, Caio Megale deve ser substituído por alguém que já integra a equipe econômica. No entanto, Guedes ainda está definindo quem vai substituir Rubem Novaes na presidência do Banco do Brasil.


Experiência


Megale tem experiência no mercado; foi secretário da Fazenda da prefeitura de São Paulo no início da gestão Bruno Covas (PSDB); e está na equipe econômica desde o início do governo de Jair Bolsonaro. Em Brasília, exerceu três funções. Foi secretário da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação; assessor especial de Guedes; e diretor de programas da Secretaria Especial de Fazenda.
 
Recentemente, Megale entrou na lista de cotados a assumir o Tesouro, mas continuou na Fazenda já que Guedes colocou Bruno Funchal no lugar de Mansueto. Depois disso, contudo, já foi escalado para defender publicamente programas importantes para o governo, como o plano de auxílio aos estados e municípios na pandemia de COVID-19.
 
Megale ocupou as três funções nos 19 meses em que integrou a equipe de Guedes. Quando assumiu a secretaria de Desenvolvimento da Indústria Comércio, Serviços e Inovação, o objetivo era fazer a ponte entre o ministério e o setor privado. O cargo era subordinado ao secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Carlos da Costa. Insatisfeito com esvaziamento dessa secretaria, em julho do ano passado, ele foi promovido a assessor especial do próprio ministro, passando a despachar diretamente com Guedes.
 
Em janeiro deste ano, porém, ele perdeu a posição para Esteves Colnago e foi realocado como diretor de programas na Secretaria Especial de Fazenda, comandada por Waldery Rodrigues. Na semana passada, Megale foi o escalado por Waldery para argumentar que o socorro federal a estados foi mais do que suficiente para compensar a arrecadação perdida pelos governos estaduais durante a pandemia de COVID-19.

Jogo de cadeiras


Deixaram de trabalhar sob o comando do ministro da Economia

» Mansueto Almeida, ex-secretário do Tesouro Nacional

» Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil

» Cario Megale, ex-diretor da Secretaria Especial de Fazenda


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)