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Estado de Minas RACHADINHA

Caderno de mulher de Queiroz tinha contatos atribuídos a Bolsonaro e Flávio

Informações obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram dados contidos em objeto apreendido pelo MP-RJ no fim do ano passado


postado em 02/07/2020 18:20

Márcia Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, tinha caderno com contatos telefônicos associados ao presidente Jair Bolsonaro e ao senador Flávio Bolsonaro(foto: Reprodução)
Márcia Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, tinha caderno com contatos telefônicos associados ao presidente Jair Bolsonaro e ao senador Flávio Bolsonaro (foto: Reprodução)
Em um caderno da esposa do policial militar aposentado Fabrício Queiroz, Márcia Aguiar, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) visualizou contatos telefônicos atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro e ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Os dados, anotados à mão, constavam como contatos para os quais Márcia poderia recorrer caso Queiroz, ex-assessor do senador, fosse preso.

As informações foram reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo. Esse caderno foi apreendido pelo MP-RJ em dezembro do ano passado, em diligências contra Márcia no âmbito da investigação do esquema de 'rachadinhas', de desvio dos salários de servidores na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Foi por esta investigação que Queiroz foi preso no último dia 18. Márcia continua foragida.

Segundo reportagem do Estadão, o caderno possuía, ainda, contato atribuído à primeira-dama Michelle Bolsonaro e também à esposa de Flávio, além de outras pessoas ligadas à família. Quando Queiroz foi preso, o MP citou nomes que poderiam ajudar Queiroz caso ele fosse encaminhado ao presídio militar. Justamente por este motivo que o juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, determinou que ele não poderia ser levado ao local, e ele foi encaminhado ao Complexo Penitenciário de Bangu.

Conforme Estadão, a agenda de Márcia mostra que havia também outros contatos junto com orientações que teriam sido passadas a ela por Queiroz. A reportagem explica que não há data, mas informações indicam que teriam sido anotadas após as eleições de 2018, uma vez que havia nomes e cargos de políticos que foram eleitos pela primeira vez naquele ano.

Esse não é o mesmo caderno que Márcia anotou valores recebidos e pagos no tratamento de Queiroz ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ambos, no entanto, foram apreendidos na mesma diligência. 

Márcia é vista como uma peça importante no processo, uma vez que é apontado que ela também atuou na tentativa de obstruir a investigação, ao lado do marido. Na decisão que pede a prisão dos dois, do juiz Itabaiana, fala-se de uma atuação de Queiroz neste sentido. Conforme juiz, estando livre, “ele poderia ameaçar testemunhas e outros investigados e obstaculizar a apuração dos fatos perturbando o desenvolvimento da investigação e de futura ação penal”. 

Ainda na decisão, o magistrado cita que Márcia teve participação fundamental nas manobras para atrapalhar as investigações, assim como Queiroz e outro advogado de Flávio Bolsonaro, Luis Gustavo Botto Maia. Um dos exemplos dessa atuação “sistemática” por parte de Queiroz apontado pelo juiz é uma conversa entre Márcia e uma das filhas do policial militar aposentado, Nathália Queiroz. Em um momento, Márcia fala sobre o marido: "Parece aquele bandido que tá dando ordens aqui fora, resolvendo tudo". 

Além disso, dados extraídos do telefone de Márcia, obtido pelo MP em uma diligência em dezembro do ano passado, revelaram que Márcia mantinha contato com o miliciano Adriano da Nóbrega por meio da sua mãe, Raimunda Veras Magalhães. Ela trabalhou no gabinete de Flávio e mesmo depois de exonerada, a esposa de Queiroz manteve contato com Veras. Adriano foi morto em fevereiro deste ano na Bahia, em uma ação registrada como confronto contra a polícia durante uma operação para prendê-lo.


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