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Estado de Minas 'FURNA DA ONÇA'

Flávio Bolsonaro foi avisado que Queiroz seria alvo de operação, diz suplente

Segundo Paulo Marinho, delegado da Polícia Federal antecipou ao filho do presidente informação sobre a investigação da 'rachadinha'


postado em 17/05/2020 10:06 / atualizado em 17/05/2020 11:54

Flávio Bolsonaro exonerou Fabrício Queiroz em outubro de 2018.(foto: Reprodução/Instagram)
Flávio Bolsonaro exonerou Fabrício Queiroz em outubro de 2018. (foto: Reprodução/Instagram)
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) soube, entre os turnos da eleição de 2018, que a Operação Furna da Onça seria deflagrada. O inquérito investiga suposto desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), esteve no centro das investigações. Ele é acusado de comandar um esquema de “rachadinha” operado no gabinete de Flávio, à época deputado estadual fluminense. A informação foi revelada por Paulo Marinho, suplente de Flávio no Senado Federal, em entrevista à Folha de S. Paulo.

Segundo Marinho, hoje pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB, Flávio foi avisado da operação por um delegado da Polícia Federal simpático à candidatura de Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Os policiais teriam retardado o início das investigações para depois da corrida eleitoral. Ainda de acordo com o empresário, o delegado responsável por antecipar a 'Furna da Onça' aconselhou o parlamentar a exonerar Queiroz e a filha dele, Nathalia, da Alerj.

As demissões ocorreram em 15 de outubro, cerca de duas semanas antes do segundo turno. A operação, por sua vez, foi deflagrada em dezembro. No dia 13 daquele mês, Flávio procurou Marinho em sua casa — imóvel que sediou o clã dos Bolsonaro durante a campanha de 2018 — para pedir a indicação de um advogado criminalista, visto que temia ser atingido por desdobramentos das investigações.

De acordo com Marinho, Flávio estava “absolutamente transtornado” com a situação. O então senador eleito classificou os supostos atos de Queiroz como uma “traição.” “Dizia que tudo aquilo tinha sido uma grande traição, que se sentia muito decepcionado e preocupado com o que esse episódio poderia causar ao governo do pai”.

Marinho disse que também participaram da conversa o advogado de Flávio, Victor Alves, e Christiano Fragoso, indicado pelo empresário para compor a defesa do parlamentar.

Na entrevista, concedida à jornalista Mônica Bergamo, Marinho afirmou que as informações sobre a operação chegaram a Flávio Bolsonaro por meio do ex-coronel Miguel Braga, chefe de gabinete do senador. Braga recebeu um telefonema do delegado, que dizia conhecer um assunto de interesse de Flávio. O ex-coronel, orientado pelo parlamentar, foi se encontrar com o informante.

 

“Estou te contando a narrativa do Flávio e do advogado Victor para nós, Paulo Marinho e Christiano, do outro lado da mesa. O senador contou que disse ao coronel Braga que se encontrasse com essa pessoa [o delegado] para saber do que se tratava. Estava curioso. E aí marcaram um encontro com esse delegado na porta da Superintendência da Polícia Federal, na praça Mauá, no Rio de Janeiro”, contou Paulo Marinho.

 

Segundo ele, Victor e outra assessora do senador, Val Meliga, também foram ao encontro do delegado. Ao tomar conhecimento da situação, Jair Bolsonaro pediu que o filho exonerasse Fabrício Queiroz e a filha, o que aconteceu no mesmo dia.

 

Conforme Marinho, Christiano Fragoso indicou Ralph Hage Vianna para defender o ex-assessor do senador. Ainda de acordo com Marinho, a família Bolsonaro optou por montar um outro esquema de defesa.O empresário, então, desmontou as articulações que havia feito.

Segundo o suplente, Flávio contou que não falava mais com Queiroz. Victor Alves, no entanto, mantinha contato com o ex-colega de gabinete.


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