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Estado de Minas POLÍTICA

Advogados de Adélio Bispo ligam declarações de Bolsonaro a 'uso político'

Defensores afirmam que representantes do presidente não questionaram laudo inicial sobre a sanidade mental do agressor


postado em 27/04/2020 13:56 / atualizado em 27/04/2020 15:29

Adélio Bispo, autor da facada deferida contra o presidente Jair Bolsonaro(foto: Reprodução/ Internet)
Adélio Bispo, autor da facada deferida contra o presidente Jair Bolsonaro (foto: Reprodução/ Internet)
Os advogados de defesa de Adélio Bispo de Oliveira, 41 anos, autor confesso da facada contra o presidente Jair Bolsonaro, divulgaram nesta segunda-feira (27), “nota repúdio e de esclarecimento” com relação às declarações do mandatário da República, que alegou que o crime contra o então candidato, ocorrido em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (Zona Mata), teve mandantes, e que a tentativa de homicídio não foi devidamente investigada pela Polícia Federal.

Os defensores do agressor de Bolsonaro insinuam a tentativa de uso politico do desfecho da apuração: “discordâncias processuais têm papel e lugar na letra do feito e não num desvio de foco visando pró-urna”.  

Bolsonaro usou “o não aprofundamento” nas investigações do caso Adélio como um dos argumentos para a exoneração do ex-diretor-geral da corporação Maurício Aleixo. A mudança no comando da PF foi o estopim da saída do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que pediu demissão do cargo sexta-feira (24). 
 
A nota é assinada pelo advogado Zanone  Manuel de Oliveira Júnior e por outros quatro defensores de Adélio Bispo, que é natural  Montes Claros (Norte de Minas) e que foi preso logo depois do crime levado para a Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). A Justiça Federal declarou que o esfaqueador é “inimputável” , não pode responder pelos seus crimes por apresentar problema mental, devendo ser encaminhado para um manicômio judicial. O Poder Judiciá também já autorizou a transferência dele para um  “local adequado”em Minas Gerais, que ainda não foi efetivada. 

“A  defesa de Adélio Bispo, em uníssona manifestação, repudia as assertivas do senhor presidente da República, que anunciou entre as motivadoras da queda do então ministro Sergio Moro a ausência de identificação por parte da Polícia Federal dos ditos mandantes do crime contra o chefe do Executivo”, diz a nota.
Os defensores  do esfaqueador lembram que os advogados de Jair Bolsonaro não recorreram da decisão que considerou Adélio inimputável, concordando também com o que foi apurado no inquérito. 

“Referido corpo técnico acusatório assistencial concordou tanto com o que foi apurado, no tocante à higidez mental do Sr. Adélio, quanto à motivadora singular do crime. Ainda, anunciou seu conformismo com a decisão absolutória imprópria, vez que desta decisão não interpôs qualquer recurso, mesmo motivado processualmente para tanto, tendo inclusive o ilustre presidente anunciado publicamente sua resignação”, afirmam. 

“Diante disto, e, neste cenário impróprio a inescrutáveis 'pandemias intelectuais' mostra-se inadequada e absurda a motivadora anunciada para a troca do comando da Polícia Federal e por conseguinte a derrocada do renomado ex-ministro”, asseguram os advogados de Adélio.

Eles ressaltam a importância da independência da Polícia Federal. “Rogamos da séria Polícia Federal, independentemente de quem o for seu representante, que mantenha como de costume o distanciamento necessário das volições pessoais do presidente, uma vez que tal instituição preserva toda a nação e nunca o homem que isolado diz em nome dela falar”, enfatizam.

“Ao novo ministro, sucesso no comando do poder de decidir na vida de todos, inclusive, do referido presidente pois seu cargo é o ápice da exigência de ponderação e juízo, não sendo possível prestar-se de escudo de quem quer que o seja”, acrescentam os advogados de Adélio Bispo. 

Além de Zanone Oliveira Junior, é “nota de repúdio” é assinada pelos advogados Fernando Costa Oliveira Magalhães, Marco Alfredo Mejia, Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa e Daniel Magalhães Bastos.


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