
"O que eu observei na tramitação do projeto de lei e da própria emenda: o governo não fez interlocução com a Assembleia Legislativa. O governo não conversa. Em nenhum momento o governo buscou o diálogo para uma mediação conosco, com a maioria da Assembleia, nem com as entidades de classe dos servidores públicos, que estão desde o ano passado buscando negociações, reivindicando suas questões salariais, que são justas" afirmou a deputada em entrevista ao Estado de Minas.
Nesta quarta-feira, Zema anunciou que não irá conceder reajuste salarial a todas as categorias. Apenas os servidores da segurança pública serão contemplados com reposição de 13% dos vencimentos, referentes a perdas inflacionárias. O aumento é inferior ao que estava inicialmente previsto no projeto de lei - 41,7% escalonado até 2022.
Beatriz, que frisou que divide a 'maternidade' da emenda com outros 16 deputados de nove partidos distintos, disse que o Legislativo tentou dialogar com o Executivo, mas não recebeu o retorno esperado.
"Na Comissão de Educação, durante todo o ano de 2019, eu e outros colegas parlamentares promovemos várias discussões e questionamentos sobre aplicação dos recursos. Atuamos nessa agenda propositiva. Há inúmeros requerimentos aprovados. A maioria sem resposta ou com respostas protocolares que não dialogam com as demandas reais trazidas pelos servidores, principalmente da educação", reclamou a parlamentar.
Secretário deixa governo
Após o anúincio por parte do governo de que o projeto de lei do reajuste seria sancionado apenas parcialmente, o secretário de Governo, Olavo Bilac Pinto, pediu desligamento do cargo. Em nota divulgada ele alegou que a decisão de Zema lhe tirou as condições de conduzir negociações com a Assembleia.
“Mesmo entendendo as razões do veto parcial do governador à sua proposta de recomposição salarial das forças de segurança que ajudei a negociar, isso me tirou as condições de, diante do atual cenário político, continuar a conduzir as negociações com o parlamento estadual.”
Bilac Pinto é filiado ao Democratas e, com a decisão de deixar a secretaria, volta para a Câmara dos Deputados, no lugar do suplente Fabiano Tolentino (Cidadania).
