(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

alerta Brasil confirma 1º caso. Minas investiga duas suspeitas


postado em 27/02/2020 04:00 / atualizado em 26/02/2020 23:01

Empresa de produtos cirúrgicos do Bairro Santa Efigênia comunica a falta de equipamento de proteção, que não recebe há 40 dias (foto: Fotos: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Empresa de produtos cirúrgicos do Bairro Santa Efigênia comunica a falta de equipamento de proteção, que não recebe há 40 dias (foto: Fotos: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

A contaminação de um brasileiro de 61 anos morador da capital paulista pelo novo coronavírus põe o Brasil e a América Latina no mapa que mostra o avanço do contágio no mundo. Em Belo Horizonte, há duas novas suspeitas confirmadas pelo Ministério da Saúde, e com o crescimento das preocupações em relação ao tamanho da epidemia, surge a escassez de máscaras descartáveis de proteção em farmácias da cidade, como apurou a reportagem do Estado de Minas. Até a Arquidiocese de BH adaptou os cultos da Igreja Católica ao risco de transmissão da doença respiratória e passou a orientar os fiéis a usarem as mãos para receber a hóstia e a evitarem contato físico durante as celebrações.
Além do Brasil, quatro países europeus anunciaram seus primeiros registros de infecção: Áustria, Suíça, Grécia e Croácia. O alerta, agora, é para a transmissão local do COVID-19, diante do balanço de 40 países afetados pelo novo vírus (além da China) com registros de 50 mortos e pelo menos 2,8 mil casos confirmados de contaminação. Em território chinês, o número de mortes já teria passado de 2,1 mil. Durante entrevista ontem, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o protocolo adotado pelo governo até o momento não será alterado, uma vez que a pasta já havia elevado a classificação de risco do Brasil do nível 2 (perigo iminente) para o nível 3 (emergência de saúde pública) desde o último dia 4.
A decisão foi tomada após a repatriação de 58 brasileiros da China. Eles cumpriram quarentena até domingo passado na Base Aérea de Anápolis (GO) e nenhum dos integrantes do grupo foi diagnosticado com o novo coronavírus durante o período na instalação militar. “Não tem como fechar fronteiras. É uma gripe. Como todo vírus, a medida de melhor controle é por etapas, é termos agilidade (no diagnóstico)”, afirmou Mandetta. “O sistema brasileiro fez tudo com muita agilidade”, sustentou.
A despeito disso, a expectativa do ministério é de que o volume de casos suspeitos cresça no Brasil, uma vez que houve aumento do número de países com mortes registradas. “Estamos na fase de contenção, que é evitar que o vírus se espalhe. Caso se espalhe, vamos para a fase de mitigação”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira.


Registros mineiros
 
Em Minas Gerais, o governo avalia dois casos suspeitos do novo coronavírus. A Secretaria de Estado de Saúde divulgou nota ontem com os detalhes das duas ocorrências, que são de mulheres residentes de Belo Horizonte. Uma das pacientes, de 57 anos, que viajou para Dubai, Tailândia, Vietnã e Camboja, estava internada em isolamento desde terça-feira no hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, e foi transferida na manhã de ontem para Hospital Metropolitano Doutor Célio de Castro, no Barreiro. O quadro de saúde dela é estável.
A outra paciente, de 25, viajou para a Tailândia, Vietnã e Singapura. Está internada em isolamento no hospital Júlia Kubitschek, em BU, mas será transferida para o hospital Eduardo de Menezes, também na capital. Segundo a Secretaria de Saúde, o quadro de saúde dela também é estável.
Segundo a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, as amostras laboratoriais de ambas as pacientes serão analisadas. Até ontem, quatro casos suspeitos foram notificados no estado, sendo dois já descartados.
O governo não confirma outros casos noticiados pelo poder público municipal em Varginha, no Sul de Minas; Uberlândia, no Triângulo, e Montes Claros, no Norte. A Vigilância Epidemiológica de Varginha informou ter identificado três casos suspeitos de contaminação pelo coronavírus. Os três pacientes voltaram recentemente de viagem à região da Lombardia, na Itália.  


Escassez nas drogarias
 
A procura por máscaras descartáveis de proteção cresceu em BH, após o anúncio do 1º caso no Brasil de contaminação e das internações com suspeita de infecção em BH.. Reportagem do Estado de Minas ouviu 17 farmácias da capital mineira de todas as nove regionais da prefeitura, e verificou que o equipamento de proteção já está escasso. O diretor-executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto, confirmou ao EM a escassez das máscaras.
Das 17 farmácias procuradas pela reportagem, somente nove têm o produto em estoque, sendo que quatro estabelecimentos já o vendem de forma unitária devido à falta do material. 
Um dos estabelecimentos procurados e que não tê mais as máscaras à venda é a loja da Cirúrgica Gervásio, localizada no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste de BH. Gislene Moreira, gerente da unidade, conta que a procura pelo produto aumentou e o material já estava em falta no mercado.

*Estagiários sob supervisão da
subeditora Marta Vieira



Novas amostras em análise

A confirmação do primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Brasil reforça o trabalho da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais para conter a propagação da doença, como informou ontem a pasta. O governo mineiro acompanha dois casos suspeitos do novo coronavírus no estado. Por meio de nota, a secretaria divulgou ontem os detalhes das duas ocorrências, que são de mulheres residentes em Belo Horizonte.
As amostras laboratoriais de ambas as pacientes foram coletadas e enviadas para análise. Além disso, a administração estadual informa que os dois casos não têm vínculo epidemiológico. Até ontem, um total de quatro casos suspeitos foram notificados em Minas. Dois já foram descartados e dois estão em investigação.
Uma das pacientes é uma mulher de 57 anos que viajou para Dubai, Tailândia, Vietnã e Camboja e começou a apresentar sintomas no domingo. Ela estava internada em isolamento desde terça-feira no hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, e foi transferida para o Hospital Metropolitano Doutor Célio de Castro, no Barreiro. Segundo a Secretaria de Saúde, o quadro de saúde dela é estável.
A outra paciente é uma mulher de 25 anos que viajou para a Tailândia, Vietnã e Singapura e procurou atendimento médico na terça-feira. Ela está internada em isolamento no hospital Júlia Kubitschek, em Belo Horizonte. A paciente será transferida para o hospital Eduardo de Menezes, também na capital. Segundo a Secretaria de Saúde, o quadro de saúde dela também é estável.
Nota divulgada pela pasta diz que “está tomando todas as medidas necessárias para contenção do vírus, conforme orientações do Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde. A confirmação do caso em São Paulo corrobora o alerta já emitido e os fluxos já definidos”.
Varginha Além dos casos anunciados como suspeitos, a Vigilância Epidemiológica de Varginha, no Sul de Minas, relata ter identificado três casos suspeitos de contaminação pelo coronavírus. Os três pacientes voltaram recentemente de viagem à região da Lombardia, na Itália, como parte de um grupo de 10 pessoas, mas foram as úncias pessoas a apresentar sintomas leves da doença respiratórias. Os três casos identificados no Sul de Minas não fazem parte do balanço divulgado pela Secretaria de Saúde, e portanto não foram confirmados. A Secretaria não retornou contato sobre os casos de Varginha.
Os pacientes serão encaminhados para o Hospital das Clínicas Samuel Libânio(HCSL), em Pouso Alegre, onde ficarão isolados, além de realizar exames para confirmar a infecção pelo COVID-19. Esses exames serão enviados à Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. (FQ)



Hóstia, agora, só nas mãos dos fiéis

Contato físico durante a missa deve ser evitado ante o risco de contágio, segundo a Arquidiocese de BH
Contato físico durante a missa deve ser evitado ante o risco de contágio, segundo a Arquidiocese de BH

Todo cuidado é pouco – até mesmo na hora de participar das missas nas igrejas católicas. Portanto, no lugar do abraço e do cumprimento “Paz de Cristo”, vale um ato de ajuda ao próximo; em vez de dar as mãos, no momento do Pai Nosso, a solidariedade humana; e não receber a hóstia diretamente na boca, mas na palma da mão para depois comungar. Diante do primeiro caso comprovado de coronavírus no país e na América Latina, a Arquidiocese de Belo Horizonte anunciou, ontem, orientações para prevenção da doença e proteção dos fiéis. Em resumo, a recomendação é evitar o contato físico nos cumprimentos e outros momentos de louvor nos templos.
Na celebração eucarística da Quarta-feira de Cinzas e do início da Campanha da Fraternidade, celebrada ontem à tarde na Basílica Nossa Senhora da Piedade, na Serra da Piedade, em Caeté, na Grande BH, o arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo, leu nota na qual faz “a defesa da vida e do bem-estar de cada pessoa”. Embora seja o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor divulgou as informações de forma restrita à Arquidiocese de BH, que engloba 28 municípios, incluindo a capital. Uma das formas de contágio do coronavírus é pelas mãos.
Segundo a nota, “a Arquidiocese de Belo Horizonte, em comunhão com a Igreja em todo o mundo, está sempre comprometida com a defesa da vida, com o bem-estar de cada pessoa. A vida é dom de Deus, precioso, e por isso mesmo deve ser preservada e promovida, em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio, com a morte natural. Assim, a Igreja se une aos que hoje buscam combater a disseminação do coronavírus, uma ameaça à saúde, principalmente dos idosos e enfermos”.
A orientação “ao povo de Deus” é que, durante as missas, em vez do abraço da paz, os fiéis “busquem fortalecer ainda mais o sincero sentimento de bem-querer em relação ao próximo. Na oração do Pai Nosso, no lugar de unir as mãos, seja cultivado com mais intensidade o compromisso com a fraterna comunhão. Aos nossos irmãos sacerdotes, pedimos que orientem os fiéis a receberem a Sagrada Eucaristia nas mãos, acolhendo Cristo enquanto se reza pelo irmão enfermo”. A nota diz que “as ações simples são muito significativas neste momento em que precisamos nos unir para combater a proliferação do coronavírus”.


APROVAÇÃO
 
Os fiéis apoiaram as medidas. “Considero uma atitude muito importante, ainda mais no Brasil que tem um sistema de saúde muito frágil. Todo cuidado é pouco, e posso dizer isso porque sou médico”, disse o ginecologista Guilherme Torres.
O advogado Eduardo Grandinetti, integrante da acolhida aos fiéis na Boa Viagem, considerou bem-vinda a iniciativa da Arquidiocese de BH. “Trata-se de uma medida prudente, necessária”, afirmou.
 


memória
GRIPES PERIGOSAS
Em 2016, durante a circulação do vírus H1N1, a Arquidiocese de Belo Horizonte orientou o clero a tomar uma série de precauções naquele momento chamado de “circunstância pastoral”. Entre as recomendações, estavam a substituição da tradicional saudação da paz, feita entre a oração do pai-nosso e a comunhão, por um momento de silêncio, e o recebimento da hóstia (eucaristia) nas mãos. O objetivo era cuidar da saúde em tempos de gripes perigosas e, em alguns casos, mortais, como a transmitida pelo vírus. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)