
INTERVENÇÃO CONTRA MINISTRA DA AGRICULTURA NA ESALQ
%u2014 Jornalistas Livres (@J_LIVRES) January 14, 2020
A MINISTRA DA AGRICULTURA VAI SER PARANINFA NA FORMATURA DESSE ANO DA ESALQ/USP ( ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ")
FOI UMA PRESSÃO DO PRÓPRIO DIRETOR.
ELA MESMA NÃO VAI ESTAR PRESENTE NO DIA. pic.twitter.com/W66yjgzgRh
“Hoje, segurando este microfone, tenho orgulho de representar quem entende por meio da ciência, da ética e do amor sem rótulos que uma outra agricultura e modelo de sociedade são possíveis. Este grupo de pessoas é formado por estudantes, professores e funcionários que fazem pesquisas fundamentadas na agroecologia, nesta universidade que é pública e que é de todos e todas”, disse a estudante.
“Para este grupo que faço parte, é intragável que esta escola, que se diz gloriosa, seja conivente com uma forma de produção e um projeto de país que baseia no lucro. Excluindo as pessoas do campo e desconsiderando as múltiplas funções da agricultura”, afirmou Nara.
Para a aluna, a ministra representa um governo que “silenciou cientistas, pesquisadores, professores” e que subjugou “qualquer tipo de pessoa que apontou os erros na agricultura com palavras e dinheiro.”
“Você não nos representa e não foi escolhida de uma forma democraticamente paraninfa ou paraninfo que do alto cargo de liderança que possui, escolha fazer política desta forma”, finalizou. A aluna foi aplaudida pelos outros alunos presentes.
Democracia
A ministra reagiu num tom tranquilo, e disse que o discurso da formanda é parte da democracia. “Vivemos num país democrático. Sou deputada federal antes de ser ministra. Democracia pode dar voz a todos que discordam. Essa é a beleza da democracia. Você é muito jovem. A ideologia de cada um – cada um tem a sua – é a beleza da democracia. De expressar livremente o seu pensamento, apesar de não concordar plenamente com ele. Apesar de não te representar, fico feliz de ter sido escolhida por parte dos alunos dessa escola”, disse tereza Cristina.
A ministra é conhecida popularmente como a “musa do veneno”. Ela foi responsável pelo Projeto de Lei 6.299/2002, apelidado de “PL do veneno”, que flexibiliza as regras para o consumo de pesticidas nas lavouras do país. A proposta já foi aprovada numa comissão especial e aguarda votação no plenário da Câmara.
Além disto, ela defende o fim da “indústria da multa” em relação aos órgãos do meio ambiente. E é ferrenha defensora do PL 3.729/2004, que flexibiliza as normas para o licenciamento ambiental e beneficia empresários do meio rural. Tereza, também é opositora aos indígenas e aos sem-terra.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz
