
O senador considera que – apesar das polêmicas declarações sobre o AI-5 e dos elogios à ditadura – ao longo do ano houve melhora na relação do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional e que muitos choques que ganharam repercussão na mídia e nas redes sociais não afetaram diretamente o clima na Praça dos Três Poderes. Cortejado pelo PSD, Anastasia admite que existem conversas para deixar o ninho tucano, mas que ainda não tomou uma decisão sobre a mudança de legenda. Mesmo com o PSDB lançando uma pré-candidata à prefeitura de BH em 2020, o senador declara apoio à reeleição do prefeito Alexandre Kalil (PSD): “Como cidadão e eleitor, minha simpatia total é pela reeleição do prefeito Kalil, que considero que faz uma bela gestão”.
Por outro lado, em matérias de temas da educação, da cultura e sociais, já não há esse endosso pleno ao governo e as resistências são maiores. Daí tivemos várias derrubadas de vetos, como na questão de armamentos, em que o governo foi derrotado. E diante de todas as manifestações nas quais haja qualquer tipo de afirmação ainda que em tese, contra a liberdade e a democracia o Congresso reage. Foi o que ocorreu. Acaba tendo um pouco mais especulação do que choques verdadeiros e o ano termina melhor do que começou em termos de clima e ambiente entre Executivo e Legislativo. Claro que as rusgas existem, são naturais e humanas, mas o clima hoje é melhor do que foi em março e abril.
Acho que a bancada se esforça, tanto na Câmara como no Senado, as verbas para os municípios têm fluído normalmente e os recursos têm chegado, mas há essa sensação de que em Minas Gerais, em relação aos governos do PT e do governo Temer, não recebemos em Minas investimentos expressivos.
Agora no primeiro ano do governo Bolsonaro também não. Então temos alguns grandes gargalos, como o do metrô. Pelo menos, agora, veio uma boa notícia em andamento, ainda não concretizada, com a alocação de R$ 1,2 bilhão da VLI através do pagamento de uma multa para a recomposição da linha do Barreiro ao Calafate. Por outro lado, a questão da BR-381 de BH até Governador Valadares, a mais emblemática, lamentavelmente ainda não avançou. O estado se ressente da ausência desses investimentos.
Mas, nas cidades maiores, pelo menos, nossa participação ocorrerá, conversando com os candidatos e sugerindo apoios, de forma democrática e adequada, com nossa participação política. Na situação de Belo Horizonte, já me manifestei publicamente várias vezes. Como cidadão e eleitor em BH, minha simpatia total é pela reeleição do prefeito Kalil, que considero que faz uma bela gestão, uma boa administração e tem tido reconhecimento da população da cidade.
Todas as vezes que fui instado pelo governo e por lideranças para apoiar, tenho feito. E fiz coisas de iniciativa própria também para ajudar. Lá atrás, quando houve a consulta da minha posiçnão se a bancada poderia apoiar (o governo de Romeu Zema), eu falei: claro que sim. Não há uma identidade política, até porque a ideologia do partido do governador é muito diferente da ideologia do PSDB, mas o trabalho para melhorar o estado e o esforço para sair da crise é uma obrigação nossa.
Então tenho um sentimento positivo de que, de fato, há um esforço para a melhoria de Minas Gerais, tanto que nós estamos fazendo o possível para o estado sair do quadro infeliz que foi colocado recentemente. É uma avaliação positiva, ainda que meu partido e eu, pessoalmente, tenhamos diferenças ideológicas em relação ao governo e seu partido, diferenças que ficaram claras na campanha. Questões relativas ás privatizações, a visão que se tem sobre a educação e saúde pública. Mas, democracia é assim mesmo, cada um coloca sua posição.