O prefeito de Santa Luzia, Christiano Xavier (PSD) denunciou ontem as administrações passadas do município por terem lesado os cofres públicos em R$ 173 milhões ente janeiro de 2016 e junho de 2018. Segundo o Executivo da cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, 26 processos dessas outras gestões apresentam "fortes indícios de irregularidades e de crimes praticados contra a administração pública”. O prefeito reuniu o vice, secretários, diretores, procuradores e corregedores para apresentar a acusação.
Christiano detalhou a denúncia contra as outras administrações. “Existem irregularidades de todos os tipos, desde as de fase interna de licitação, superfaturamento, pagamento a serviços que não foram entregues e todos os demais, inclusive caixa 2 e funcionários fantasma. Na sua maioria, são processos relacionados com saúde e educação”, disse o Delegado Christiano Xavier, na tarde de ontem. No período apontado pelo prefeito, a gestão municipal teve sete mudanças devido a escândalos político-administrativos. Passaram pelo cargo de chefe do Executivo Roseli Pimentel (PSB – então prefeita), Fernando César (PRB – então vice-prefeito) e Sandro Coelho (PSB – então presidente da Câmara Municipal de Santa Luzia), todos por duas vezes, até chegar em Christiano.
O atual prefeito evitou indicar os responsáveis pelas ações suspeitas. Por outro lado, Christiano deixou claro que outras denúncias ainda podem ser apresentadas. “São mais procedimentos irregulares do que esses, e nossa capacidade produtiva é limitada e a gente vai apurando de acordo com a nossa capacidade de poder solucionar e encaminhar aos órgãos necessários. Fizemos e faremos isso concomitantemente ao trabalho realizado pela nossa gestão. Sobre responsáveis, cabe aos órgãos medir o ordenador de cada despesa, foge do nosso trabalho", complementou.
Christiano Xavier explicou que a quantia do rombo ao cofre municipal é alta. “É um valor financeiro muito alto, principalmente se levarmos em consideração que a nossa arrecadação anual gira em torno de R$ 430 milhões”. A reportagem tentou contato com Roseli Pimentel, Fernando César e Sandro Coelho, mas sem sucesso.