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Estado de Minas

Brasil e China fazem gesto de aproximação

Presidente brasileiro afirma que nação asiática ''faz parte do futuro do Brasil'' e ouve do líder chinês que há interesse na influência do país na América Latina e no Caribe


postado em 14/11/2019 04:00 / atualizado em 14/11/2019 08:04

''A China é nosso primeiro parceiro comercial e queremos mais que ampliar, queremos diversificar nossas relações comerciais'' - Jair Bolsonaro, presidente do Brasil (foto: Alan Santos/PR)
''A China é nosso primeiro parceiro comercial e queremos mais que ampliar, queremos diversificar nossas relações comerciais'' - Jair Bolsonaro, presidente do Brasil (foto: Alan Santos/PR)

Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da China, Xi Jinping manifestaram ontem a intenção de intensificar as relações comerciais entre as duas nações, apesar da proximidade do brasileiro com o governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, e do fato de o país asiático ter um regime comunista. “A China cada vez mais faz parte do futuro do Brasil”, afirmou Bolsonaro ao manifestar o desejo de diversificar o comércio com os chineses e agregar valor aos produtos exportados pelo país. O líder brasileiro e o chinês se reuniram no Palácio do Itamaraty, em Brasília, em encontro prévio à 11ª reunião da Cúpula dos Brics, bloco formado também por Rússia, Índia e África do Sul.

“A China é nosso primeiro parceiro comercial e, com toda minha equipe, bem como com empresariado brasileiro, queremos mais que ampliar, queremos diversificar nossas relações comerciais”, disse o presidente, em breve declaração à imprensa, antes de seguir para um almoço oferecido à comitiva chinesa. Bolsonaro não fez menção, no entanto, a um acordo de livre-comércio com a China, que já foi citado por autoridades dos dois países anteriormente e tem apoio do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Já Xi Jinping pediu a Bolsonaro parceria e ajuda do Brasil para influenciar negócios com países da América Latina e do Caribe e uma defesa do “multilateralismo” no comércio internacional, por parte dos chefes de Estado no Brics. “A China atribui grande importância à influência do Brasil na América Latina e o Caribe. Vamos aproveitar nossas vantagens para promover o desenvolvimento comum, visando criar relações China /América Latina e Caribe na nova era, caracterizada pela igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e benefícios para o povo”, disse Xi Jinping. “A China gostaria de tratar a cooperação de três ou mais partes baseada no respeito às vontades dos países da região para fazer um bolo maior e realizar ganhos compartilhados”, acrescentou o líder chinês.

''Vamos aproveitar nossas vantagens para promover o desenvolvimento comum, visando criar relações China/ América Latina e Caribe na nova era''

Xi Jinping, presidente chinês


Desde o ano passado, a China trava uma guerra tarifária com os Estados Unidos, com avanços e recuos nos entendimentos, e passou a usar as cúpulas do Brics como um mecanismo de exposição e influência internacional para defender seus interesses e cobrar equidade no tratamento aos países em desenvolvimento. No encontro bilateral, Xi Jinping apelou a Bolsonaro por uma posição contra o unilateralismo na declaração do Brics, sem citar em público as tarifações impostas pelo presidente norte-americano. Ele considerou que o Brasil e a China são os principais mercados emergentes do Ocidente e Oriente no contexto internacional de “mudanças profundas e complexas”.

“Brasil e China devem se esforçar juntos para que a cúpula tenha resultados frutíferos e emitir sinal positivo de que os membros consolidam a parceria estratégica, apoiam o multilateralismo, a equidade e a justiça internacional e defendem os direitos dos países em desenvolvimento para que os Brics avancem constantemente na segunda década dourada trazendo benefícios aos nossos povos”, disse Xi. Até o fim do encontro, eles divulgarão uma declaração conjunta. “Nossa reunião em grande parte trata do Brics, mas essa relação bilateral em várias áreas, inclusive com aceno do governo chinês de agregarmos valor naquilo que nós produzimos, tudo isso é muito bem-vindo”, afirmou Bolsonaro.

O Brasil tem uma demanda antiga para que os chineses abram o mercado interno a produtos agrícolas processados e semiprocessados, de maior valor agregado, como a soja, que poderiam ampliar os ganhos nas exportações. O presidente, porém, não detalhou qual foi o aceno do Xi Jinping. Autoridades ministeriais dos dois países fecharam nove acordos e protocolos de intenção para colaborar em áreas como economia, transportes, saúde, agronegócio e cultura.

Segundo Bolsonaro, eles serão “potencializados” pelo Brasil. “Todos nós, brasileiros e chineses, temos o que ganhar com momentos como esse. Nosso governo vai cada vez mais tratar com devido carinho, respeito e consideração esse gesto do governo chinês”, disse Bolsonaro. “Sinta-se em casa, é um prazer tê-lo aqui”, disse ao chinês.
 





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