
Durante a gravação, o deputado diz que a produção audiovisual "conta a história do Brasil" e "desagrada seu professor de história, que tenta te enviesar ideologicamente para que você acredite apenas no que ele diz". Em grupos de WhatsApp circulam, ainda, um texto com informações sobre o evento e uma imagem com o cartaz do filme.

Apesar do agendamento, o Correio Braziliense apurou que o evento não tem autorização para ser realizado. No DF, conforme estabelece a Lei Distrital nº 5.281/2013, atividades de caráter eventual — sejam elas públicas ou privadas e que produzam reflexos no sistema viário ou na segurança pública — precisam de autorização das administrações das respectivas regiões administrativas, com requerimento apresentado até 30 dias antes. Por meio de nota, a Administração Regional do Plano Piloto informou que "não há, no dia 7 de novembro, evento com licença para ocupação de área pública no local mencionado".
Indignação

Leiliane acrescenta que a ideia entre os que se indignaram não é impedir a exibição, mas repudiar a iniciativa. "Como alguém eleito democraticamente fala, em uma semana, sobre a implantação de um ato institucional inconstitucional e começa a querer apresentar filmes que mostram esse regime autoritário como algo bom? Nenhum regime autoritário é bom", completou a jornalista.
Uma professora e moradora da Vila Planalto que preferiu não se identificar afirmou que a comunidade da região não entendeu o motivo da escolha do local, principalmente por se tratar de um deputado eleito pelo estado de São Paulo. "Não queremos censura de forma alguma. Sabemos que o espaço é público. Mas não houve nenhum tipo de acordo e fomos surpreendidos com esse evento. Além de desrespeitar as regras administrativas, ele tem um viés político muito estabelecido", comentou.
Notas de repúdio


Integrantes da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da CLDF, Fábio Felix, que preside o comitê, e Leandro Grass consideraram o convite uma "afronta à democracia".
"Nós, deputados distritais, repudiamos qualquer ato que reafirme ou defenda a ditadura no Brasil. Enquanto defensores da Constituição Federal, os parlamentares, sejam distritais, estaduais ou federais, devem prezar pela democracia. Qualquer atitude diferente desta deve ser repudiada", ressaltaram.
A assessoria do deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que dará um retorno sobre o caso nesta quinta-feira (7/11).
