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Estado de Minas CORRUPÇÃO

Casal Garotinho preso de novo


postado em 30/10/2019 04:00 / atualizado em 29/10/2019 21:05

Anthony e Rosinha são acusados de irregularidades em contratos na época em que eram prefeitos (foto: JOEDSON ALVES/ESTADÃO CONTEÚDO)
Anthony e Rosinha são acusados de irregularidades em contratos na época em que eram prefeitos (foto: JOEDSON ALVES/ESTADÃO CONTEÚDO)
Rio de Janeiro – A Justiça do Rio de Janeiro mandou prender de novo os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho. O casal já tinha sido preso em setembro, acusado de participar de esquema de superfaturamento em contratos entre a Prefeitura de Campos e a construtora Odebrecht. Um dia depois, os dois foram soltos após conseguir habeas corpus deferido pelo juiz Siro Darlan, no plantão judiciário. Ontem, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça derrubou a liminar, por 2 votos a 1, e expediu novo alvará de prisão. A defesa informou que pretende recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). “A ordem de prisão é ilegal e arbitrária, pautada apenas em suposições e conjecturas genéricas sobre fatos extemporâneos, que supostamente teriam ocorrido entre os anos 2008 e 2014", disse o advogado Vanildo José da Costa Junior. Em outra nota, assinada por Garotinho e Rosinha, eles se dizem vítimas de "perseguição".

De acordo com delações premiadas feitas à força-tarefa da Operação Lava-Jato, o prejuízo aos cofres públicos causado pelo esquema envolvendo o casal Garotinho pode chegar a R$ 60 milhões. O Ministério Público afirmou que a prisão preventiva do casal foi pedida por risco de interferência de ambos nas investigações. A medida é necessária, segundo o MP, porque eles têm "poder dissuasório" em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, da qual  ambos foram prefeitos da cidade. É a quinta vez que o ex-governador será preso, e a segunda da mulher dele.

Uma comissão parlamentar de inquérito da Câmara Municipal de Campos investigou contratos da prefeitura com a Odebrecht. O relatório final, divulgado em março de 2018, apresentou indícios das seguintes irregularidades: associação criminosa, fraude ao caráter competitivo de licitação, fraude de concorrência, corrupção passiva, caixa dois eleitoral e improbidade administrativa. A CPI investigou por nove meses os contratos relacionados ao programa de habitação. Segundo a CPI, foram ouvidos cinco ex-secretários do município durante as investigações.

Anthony Garotinho já foi alvo de outras operações. Em setembro, foram detidos pela Operação Secretus Domum, mas houve outras três antes. A primeira foi a Operação Chequinho, em 16 de novembro de 2016, após investigação de um esquema de compra de votos envolvendo o programa social Cheque Cidadão na eleição municipal daquele ano. Dois dias depois, o ex-governador resistiu e foi levado à força quando a Justiça determinou a transferência do Hospital Souza Aguiar, onde estava internado, para Bangu.  

A segunda prisão de Anthony Garotinho foi em 13 de setembro de 2017, enquanto apresentava seu programa de rádio. O Ministério Público informou que, em troca de votos com candidatos a prefeito e vereadores em 2016, a Prefeitura de Campos oferecia inscrições no Cheque Cidadão, que dava R$ 200 por mês a cada beneficiário. Garotinho era secretário de Governo da mulher. A Justiça acabou liberando-o para cumprir a pena em casa, com o uso de tornozeleira eletrônica.  

A terceira prisão ocorreu em novembro de 2017, com Rosinha. Segundo delação de Ricardo Saud, da JBS, foi firmado contrato de R$ 3 milhões para serviços de informática que nunca foram prestados. A suspeita é de repasse irregular de valores para a utilização nas campanhas eleitorais.  

Garotinho chegou a se lançar candidato ao governo do Rio em 2018, mas o Tribunal Superior Eleitoral barrou sua chapa com base na Lei da Ficha Limpa. Neste ano, a Justiça, a Justiça mandou que ele fosse monitorado com tornozeleira eletrônica, na  Chequinho-, mas sua defesa conseguiu derrubar as medidas cautelares.
 



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