
“Estamos abertos a tudo, essa cidade já foi morta, não é mais”, disse, em entrevista ao Estado de Minas. “Se não quiserem fazer no Rio, pode trazer para cá que nós aceitamos”, continuou. A última Bienal do Livro de BH foi realizada em 2016.
Na noite desse sábado, o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, usou o Twitter para dizer que havia conversado com Kalil sobre o evento. “Acabo de conversar com o prefeito Alexandre Kalil: Belo Horizonte está se oferecendo para sediar a próxima Bienal do Livro. Aqui não se prende livro nem se cultua a ignorância”.
Já na tarde deste domingo, Juca comentou sobre o que havia dito no sábado. “Foi um erro nosso”, escreveu, gerando dúvida nos usuários.

Apesar de se abrir para a causa LGBT, a prefeitura já barrou eventos com essa temática na cidade. Na Virada Cultural deste ano, Kalil vetou a apresentação "Coroação da Nossa Senhora das Travestis" e justificou: "Defendo todas as liberdades. Sou católico, devoto de Santa Rita de Cássia. Fiquem tranquilos, ninguém vai agredir a religião de ninguém. Isso não é cultura".
Entenda a polêmica no Rio

De acordo com a prefeito do Rio, o livro apresenta "conteúdo sexual para menores". Em uma postagem no Twitter, Crivella afirmou que "Não é correto que elas tenham acesso precoce a assuntos que não estão de acordo com suas idades".
Pessoal, precisamos proteger as nossas crianças. Por isso, determinamos que os organizadores da Bienal recolhessem os livros com conteúdos impróprios para menores. Não é correto que elas tenham acesso precoce a assuntos que não estão de acordo com suas idades. pic.twitter.com/sFw82bqmOx
%u2014 Marcelo Crivella (@MCrivella) September 5, 2019
Mais tarde, Crivella foi mais uma vez ao Twitter para defender a decisão da prefeitura. O prefeito reafirmou a posição de que seu intuito foi defender a família. Crivella ainda escreveu que, de acordo com o Estatudo da Criança e do Adolescente (ECA), os livros deveriam estar lacrados e ter seu conteúdo identificado.
No vídeo que acompanha a postagem, ele disse que o assunto homossexualidade "deve ser tratado na família, não pode ser induzido, seja na escola, seja na edição de livros, seja onde for".
Na noite de sexta-feira, uma liminar do TJ havia impedido a apreensão das obras que tivessem algum conteúdo LGBTQI+. Nesse sábado, uma nova medida provisória do TJ autorizava a censura das obras. Já na tarde deste domingo, o STF derrubou a decisão liminar.
