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Estado de Minas POLÍTICA

'Nunca mamei em teta nenhuma', diz Doria após ataque de Bolsonaro

Declaração de governador de São Paulo foi uma resposta a 'live' do presidente, que o acusou de 'mamar' no governo do PT


postado em 30/08/2019 12:16 / atualizado em 30/08/2019 12:46

Doria disse que quer distância dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff(foto: Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo)
Doria disse que quer distância dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (foto: Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo)
O governador de São Paulo, João Doria, disse nesta sexta-feira, 30, que nunca precisou contar com benesses durante sua carreira, em uma resposta ao presidente Jair Bolsonaro. Em "live" na noite de quinta-feira, 29, Bolsonaro afirmou que Doria "estava mamando" no governo do PT, referindo-se, mais uma vez, à compra de aviões com financiamento do BNDES. "João Doria, comprou também? Explica isso aí. Só peixe, amigão do Lula e da Dilma."

 

Em Berlim, o governador paulista foi questionado pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. se manteria alguma relação de amizade com os ex-presidentes do PT. "Não, ao contrário. Tenho posição bem distinta. Nunca precisei mamar em teta nenhuma", afirmou.

Ainda sobre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ele continuou: "Quero Lula e Dilma distantes. Se possível, do Brasil até. Que fiquem, se possível, onde estão: Lula na prisão e Dilma no ostracismo", disse o tucano.

Doria foi abordado por jornalistas brasileiros nesta sexta-feira, 30, em Berlim, na Alemanha, onde está para participar de uma apresentação da Volkswagen sobre compartilhamentos de veículos. Na véspera, ele estava em Wolfsburg, sede mundial da montadora alemã, que confirmou o investimento de R$ 2,4 bilhões em plantas para São Paulo de um total de R$ 7 bilhões já anunciados anteriormente.

Sem polêmica


No início da entrevista, o governador disse que não entraria na polêmica com o presidente e que responderia de forma "serena e equilibrada" à questão. "O financiamento do avião que compramos, um Legacy 650, foi feito juntamente com outros 135 financiamentos de aviões executivos para empresas brasileiras e internacionais. É assim no mundo: os competidores da Embraer também financiam os aviões executivos e com isso gerou empregos, impostos e oportunidades para brasileiros aqui por meio da Embraer, que disputa o mercado mundial com outros três competidores", afirmou.

Para o governador, não há problema em divulgar a informação, que já era pública. "Assim como no caso de Luciano Huck", acrescentou. O apresentador de televisão também já havia sido mencionado por Bolsonaro e, assim como Doria, é um potencial candidato à próxima eleição presidencial. "Luciano Huck, que teta hein? Sou o último capitulo do caos?! Não foi ilegal a compra (de Huck), reconheço, mas só pra peixe", disse o presidente.

Doria afirmou que, além de não haver irregularidade dos financiamentos, a informação não revela "nenhuma caixa preta". "Até porque o financiamento foi feito pelo BNDES junto à Embraer, não apenas para estes que foram divulgados como para outros também, é normal", defendeu. "Faz parte de uma competição internacional e a Embraer deve ter financiamento feito pelo BNDES; não há irregularidade nisso", acrescentou.

Para ele, o banco de fomento deveria divulgar os investimentos feitos pelo Brasil em Cuba, na Bolívia e na Venezuela. "(Sobre) Esses, como cidadão brasileiro, quero conhecer mais detalhes", afirmou. "É hora de fazer administração, gestão, por isso não entro nessa polêmica com o presidente Bolsonaro: estou focado na gestão do Estado de São Paulo e não devolvo a ofensa e nem vou entrar na linha de confronto."

 


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