![Presidentes Bolsonaro e Trump no salão Oval da Casa Branca. Sentado, à esquerda, o filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro(foto: Isac Nóbrega/PR) Presidentes Bolsonaro e Trump no salão Oval da Casa Branca. Sentado, à esquerda, o filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro(foto: Isac Nóbrega/PR)](https://i.em.com.br/_GTEU7DCU0o00tXDoRuOabwgEzM=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2019/03/20/1039409/20190320073335392155e.jpg)
Brasília - A visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos teve poucos resultados concretos nas áreas econômica e comercial e serviu mais para comprovar os posicionamentos político e ideológico do governo, avaliou Wagner Parente, conselheiro e CEO da BMJ Consultores Associados, em entrevista ao programa CB.Poder, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília. Para o especialista em relações internacionais, do ponto de vista econômico, havia uma expectativa maior em relação à viagem, o que não se concretizou.
Esperava-se, por exemplo, uma declaração mais forte sobre a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas ela ficou condicionada ao fim do tratamento especial na Organização Mundial do Comércio (OMC), o que é “muito grave”, na avaliação de Parente. Também era esperado um posicionamento mais positivo em relação à retomada importação de carne bovina brasileira in natura.
Na avaliação de Parente, é preciso analisar a estratégia do governo na viagem. “É difícil avaliar se estamos dando demais sem entender, de fato, o que temos a ganhar no médio prazo”, comentou. Ele lembrou que a Argentina atende a quase 86% da demanda brasileira por trigo e abrir esse mercado aos EUA pode gerar um conflito interno no Mercosul. Do ponto de vista militar, concessões como o acordo de Alcântara e a parceria com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estão no saldo positivo da viagem, segundo o analista.
* Estagiária sob a supervisão de Leonardo Meireles