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Estado de Minas

Datas de depósitos bancários contradizem Flávio Bolsonaro

Em escritura de imóvel vendido pelo senador eleito, que ele diz ser a origem dos depósitos fracionados em sua conta, constam datas diferentes das indicadas pelo Coaf


postado em 21/01/2019 23:03 / atualizado em 21/01/2019 23:28

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

A divergência entre as datas dos depósitos fracionados feitos na conta do senador eleito Flávio Bolsonaro e as da escritura de venda da cobertura do imóvel apontado por ele como origem do dinheiro complica a defesa do filho do presidente Jair Bolsonaro. A escritura da cobertura na Rua Pereira da Silva, no Bairro Laranjeiras, com as condições do contrato de compra e venda indica que, além da permuta de dois imóveis, o ex-atleta Fábio Guerra deveria pagar R$ 600 mil a Flávio. Os primeiros R$ 550 mil foram sinal que começou a ser quitado em 24 de março de 2017. Além disso, foram pagos outros R$ 50 mil na assinatura da escritura, que foi finalizada em 23 de agosto de 2017, mas não ficou definido qualquer pagamento em dinheiro vivo.

Em entrevista para explicar as movimentações financeiras atípicas em suas contas apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Flávio afirmou que o dinheiro dos 48 depósitos de R$ 2 mil feitos em sua conta em junho e julho de 2017 era oriundo da venda de um apartamento na Zona Sul do Rio. “Tentam de uma forma muito baixa insinuar que a origem desse dinheiro tem a ver com um ex-assessor meu ou terceiros. Não tem. Explico mais uma vez. Sou empresário, o que ganho na minha empresa é muito mais do que como deputado. Não vivo só do salário de deputado”, afirmou Flávio.

Ele disse que recebeu parte do pagamento da venda do apartamento em dinheiro e que fez os depósitos fracionados, totalizando R$ 96 mil, no caixa eletrônico da Assembleia Legislativa do Rio por ser o local onde trabalha. Segundo ele, R$ 2 mil é o limite aceito no caixa eletrônico. A maior parte dos depósitos, entretanto, foi feita em horário de expediente bancário. Dessa forma, o dinheiro poderia ter sido depositado de uma única vez na boca do caixa. "O imóvel foi R$ 2,4 milhões, o (apartamento) que era dele aqui (comprado por Fábio). Eu dei o meu lá (na Urca). Está tudo na escritura por R$ 1,5 milhão. Dei uma sala comercial de R$ 300 mil, R$ 50 mil em cheque e R$ 550 mil foi feito em depósito e cerca de 100 mil em dinheiro que não foi feito de uma vez só”, afirmou Fábio Guerra ao Jornal Nacional, da TV Globo. “Dei assim em dois ou três meses. Não dei R$ 100 mil de uma vez só. Vendi um imóvel no passado para poder pagar ele. Peguei parte em dinheiro (da venda) também e dei para ele”. Guerra, entretanto, diz que não tem os recibos dos pagamentos de dinheiro em espécie.

Fábio Guerra afirmou também que não sabe porque os depósitos foram fracionados, pois entregou valores superiores a R$ 20 mil: “Esses 48 depósitos, não tenho nada a ver com isso não”, garantiu. Segundo ele, Flávio era seu vizinho de prédio na Urca e a negociação teve início com a intermediação de um corretor que sabia do interesse do senador eleito em vender apartamento em Laranjeiras.


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