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Estado de Minas

Bolsonaro aposta na internet e Haddad em Lula no 1º dia pós-eleição

No primeiro dia de campanha do segundo turno, o candidato do PSL usou as redes sociais para falar sobre propostas do seu governo. Já o candidato petista, esteve em Curitiba, onde se reuniu com o ex-presidente Lula e traçou estratégias para os próximos dias


postado em 08/10/2018 16:30 / atualizado em 08/10/2018 17:39

(foto: MIGUEL SCHINCARIOL, DANIEL RAMALHO/AFP)
(foto: MIGUEL SCHINCARIOL, DANIEL RAMALHO/AFP)

O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) retomou nesta segunda-feira (8) a sua campanha nas redes sociais após criar uma distância confortável em relação ao segundo lugar, o candidato petista Fernando Haddad. Bolsonaro teve 46,03% dos votos, enquanto Haddad ficou com 29,28%. A decisão será em segundo turno.

"Reduzir o número de ministérios, extinguir e privatizar estatais, combater fraudes no Bolsa Família para que quem precise possa ter este amparo humanitário ampliado, descentralização do poder dando mais força econômica aos estados e municípios. A política a serviço do Brasileiro!", proclamou no Twitter o candidato do Partido Social Liberal (PSL).

Haddad, por sua vez, foi a Curitiba para se reunir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), que cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Os dois dirigentes passaram três horas reunidos desenhando a estratégia para um segundo turno.

"Vou conversar com as forças democráticas do país, representadas por algumas candidaturas como a de Ciro Gomes (PDT), e Guilherme Boulos (PSOL)", assim como com governadores, disse Haddad em entrevista coletiva ao fim do encontro. "Temos interesse que as forças democráticas estejam unidas em torno deste projeto do PT.

Fortalecido


A tarefa se anuncia titânica para Haddad, que obteve 29,28% dos votos e conseguiu salvar o partido de esquerda de uma queda histórica.

Com a bênção dos mercados, das igrejas evangélicas, e com seu partido convertido na segunda força no Congresso, a onda "bolsonarista" só terá que lutar com os seus elevados índices de rejeição, de 45%, segundo o Datafolha, coletados ao longo de uma disputa cheia de declarações misóginas, homofóbicas e racistas, além de sua justificativa da tortura durante a ditadura militar (1964-1985).

Bolsonaro não fez campanha nas ruas desde que, em 6 de setembro, foi esfaqueado durante um ato eleitoral, que o deixou à beira da morte. Seu domínio nas redes sociais é, não obstante, incontestável.

"A eleição é de vocês. Serem governados por alguém limpo ou por um poste mandado por um preso por corrupção", escreveu com relação a Haddad, com quem as pesquisas de sábado davam empate técnico em um segundo turno.

Neste domingo, Bolsonaro se queixou no Facebook de "problemas" com as urnas eletrônicas que, segundo afirmou, lhe impediram de vencer no primeiro turno.

Última oportunidade

Muito mais complicado parece o salto de Haddad, que precisará liderar um contra-ataque histórico para chegar a Brasília.

Sua união total com Lula lhe permitiu ganhar rapidamente setores populares que se identificam com o ex-presidente, mas pode comprometer sua aproximação de grupos e partidos que consideram o líder da esquerda um sinônimo de corrupção e de políticas estatizantes, que estes grupos consideram responsáveis por jogar o Brasil em uma recessão de dois anos.

Uma das chaves para reduzir a distância para Bolsonaro seria o apoio de Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), que foi ministro da Integração Nacional de Lula e conseguiu 12,5% dos votos.

Gomes disse que discutirá com os líderes do PDT a posição para o segundo turno, mas antecipou um possível apoio: "Farei o que fiz toda minha vida, que é lutar pela democracia e contra o fascismo".

Apesar da diferença, Haddad se mostrou satisfeito com a intensa corrida presidencial iniciada em 11 de setembro, quando substituiu Lula por conta da impugnação de sua candidatura.

"Acho que foi uma conquista colocar, com 22 dias de campanha, um candidato com quase 30% dos votos válidos", afirmou em Curitiba.

Lua de mel com os mercados


Horas depois de Bolsonaro se aproximar da vitória no primeiro turno, a Bolsa de São Paulo disparou 6% apenas 20 minutos após a abertura, embora tenha reduzido o seu avanço a 4,05% às 15h00 (de Brasília).

O dólar, por sua vez, caía 2,54%, reforçando uma euforia à qual Bolsonaro respondia no Twitter mencionando, novamente, o roteiro traçado para o seu eventual governo.


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