O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, começou o último dia de campanha em carreata pela Região Metropolitana de Belo Horizonte. Desde o começo da manhã desta sexta-feira (5), correligionários e militantes aguardavam o presidenciável na divisa de Venda Nova, na capital, com Ribeirão das Neves.
Segundo Haddad, a estratégia para os últimos dias de campanha é evitar que notícias falsas se espalhem e para o segundo turno trazer Jair Bolsonaro (PSL) para o debate.
“Nós vamos atuar nas redes sociais contra a difamação e a injúria e vamos seguir a vida caminhando pelo Brasil até domingo, na expectativa de que possamos ter a oportunidade de, no segundo turno, debater com aquele que está fugindo do debate”,a firmou.
O petista estava acompanhado da vice na chapa, Manuela D´Ávila, do governador Fernando Pimentel (PT), que concorre à reeleição, e a vice dele, Jô Moraes (PCdoB). Além da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do deputado federal Miguel Corrêa que disputam o Senado. Apenas Haddad conversou com a imprensa.
Ainda segundo Haddad, no segundo turno será possível debater e esclarecer todas as promessas e afirmações feitas pelo adversário, principalmente em perfis nas redes sociais. Em 6 de setembro Bolsonaro foi vítima de um atentado a faca, quando cumpria agenda de campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e, desde então, tem usado a internet para se comunicar com seus eleitores.
“Nossa expectativa é que ele debata olho no olho, frente a frente. Em vez de usar a rede social para se esconder e difamar, que ele venha e pergunte o que ele quiser e responda também as coisas que ele propõe”, declarou.
Perguntado sobre a possibilidade de o sentimento de antipetismo atrapalhar o rendimento dele nas urnas, Haddad foi econômico na resposta. “O antifacismo também é forte na sociedade brasileira”.
Ainda na rápida conversa com a imprensa, Haddad voltou a falar sobre a necessidade de promover alterações na Constituição. O foco, segundo ele, seria a parte tributária. “Nossa Constituição tem princípios muito sólidos que estão sendo atacados, sobretudo pelo Bolsonaro. O Bolsonaro não tem compromisso com a democracia, não tem compromisso com a paz, não tem compromisso com a verdade. O que ele tá fazendo é criminoso”, afirmou.
Em cima de um carro, ao lado de Pimentel e Dilma, Fernando Haddad percorreu cerca de dois quilômetros ao lado da militância que entoava gritos que ressaltavam conquistas alcançadas durante os governos petista de Lula e Dilma. “Bate panela, pode bater, quem tira o povo da miséria é o PT”. Uma bandeira, como as de torcida de futebol, foi carregada pelos militantes e trazia a mensagem de “Lula é Haddad”.
Tumulto entre militantes
Durante o percurso um pequeno tumulto envolvendo eleitores de Fernando Haddad e de Jair Bolsonaro começou na porta de uma das lojas na Avenida Padre Pedro Pinto. Mulheres que estavam na porta começaram a gritar o nome do candidato do PSL e a provocar os petistas, que revidaram gritando o nome de Haddad.
Por vezes, a provocação verbal quase chegou as vias de fato, mas a turma do deixa disso, de ambas as partes atuaram para conter os ânimos mais exaltados.