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Estado de Minas ELEIÇÕES 2018

"Vamos fazer auditoria da dívida", diz Dirlene Marques, candidata ao governo de MG

A economista Dirlene Marques é candidata do Psol ao governo de Minas e apresentou nessa quinta-feira (13) ao Estado de Minas e ao Portal Uai as suas propostas para Minas, dentro da série de entrevistas com os candidatos ao Palácio da Liberdade


postado em 14/09/2018 06:00 / atualizado em 14/09/2018 07:59

(foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)
(foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press)

Única mulher entre os candidatos ao governo de Minas, Dirlene Marques (Psol) concedeu entrevista ao Estado de Minas e ao Portal Uai. A economista e professora aposentada da UFMG propõe, caso eleita, auditoria na dívida pública e a suspensão do pagamento à União até a regularização dos dividendos.

Ela também detalhou como pretende administrar o estado em tempos de crise, gerir recursos e pagar o funcionalismo em dia. Dirlene ainda comentou pontos polêmicos como a descriminalização das drogas, explicando por que convidou alunos do Colégio Batista para participar da Marcha da Maconha, e indicou como meta alcançar a tarifa zero no transporte público.



Os índices de desemprego no Brasil aumentaram nos últimos anos e em Minas não é diferente, um estado muito dependente das commodities. Como você pretende iniciar a inversão do que chama de ‘padrão imposto pelo capital’ para economia mais diversificada e regionalizada tal como está no seu plano de governo?
Até agora, o estado tem funcionado para subsidiar e viabilizar o grande capital. Os recursos do estado devem viabilizar outro tipo de investimento para que dê conta da distribuição de renda e de melhores condições de vida para a sociedade. Estamos pensando, tanto no campo quanto na cidade, financiar a pequena e média propriedade que gere emprego e que não leve destruição ao meio ambiente como são com as mineradoras e o agronegócio.

Quais outras medidas econômicas você pretende implantar para tentar controlar a crise econômica do estado?
Outra medida é a discussão sobre a auditoria da dívida. Todos os estados têm dívida negociada nos anos 1990 com o governo federal, mas ninguém sabe a origem dessa dívida. Ela tem se amplificado de forma assustadora. Você paga e ela está cada vez maior. Vamos suspender esse pagamento, negociar com o governo federal e fazer a auditoria na origem dessa dívida. Aí vamos ter recursos para o social.

Um dos aspectos mais danosos dessa dívida e da crise econômica é o pagamento do funcionalismo. Qual é o seu plano, caso eleita, para resolver esse problema?
Primeiro, vamos ver se existem recursos do estado e para onde estão indo. A primeira iniciativa será colocar em dia o pagamento dos professores. Não vai ser no primeiro mês. Seguramente, até o segundo mês, vamos ter condições de levantar as contas públicas e ver para onde estão indo recursos de arrecadação do estado e redirecionar para dar conta dos pagamentos.

Do funcionalismo todo?
Sim. Mas alguns setores do funcionalismo têm salários muito mais elevados. As professoras têm salário vergonhoso, nem o piso recebem. Educação é fundamental. Ainda divide e atrasa. Isso é inaceitável. Essa vai ser a primeira prioridade. Os outros salários vamos ver como vai ser feito o pagamento, quando tivermos mais controle sobre as contas do estado.

Em debate no Colégio Batista, você convidou os alunos para participarem da Marcha da Maconha. Qual foi o contexto dessa fala e qual a sua posição sobre as drogas?
Estava explicando para eles o quão importante essa discussão será feita. Isso é tratado como tabu exatamente porque quem sofre esse tipo de repressão são jovens, pobres e negros da periferia. Eu estava dizendo que participei da Marcha da Maconha, no início do ano, e me surpreendi pois ali estavam presentes muitos jovens, pobres e negros. São as que sofrem as consequências da repressão a quem usa. O usuário pobre e negro vai ser preso, jogado em penitenciária e ficar mofando por não ter pai e mãe com condições de contratar advogado que o retire sem ser criminalizado. Os outros não. E não só punidos, eles são mortos. Essa população sente a necessidade de lutar pela descriminalização. Foi nesse contexto que estava discutindo. Não podemos tornar essas questões tabu, pois são esse jovens que estão sendo mortos e encarcerados por usarem a maconha.

As mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro e você é a única mulher entre os candidatos ao governo. Qual a dificuldade em convencer as eleitoras a votar na sua chapa?
Hoje tenho felicidade muito grande de ter me colocado minha história, minha visão, minha estrutura e fazer essa discussão disputando o governo. Se não tivesse essa ousadia, não teríamos nenhuma mulher nesse espaço. Teríamos nove homens. Normalmente, homens brancos e ricos na disputa. Não teríamos como mostrar às jovens da luta feminista de hoje que podemos estar onde quisermos. Espero que reflita na participação política delas, incluindo no voto. Espero, pelo menos, os 50% de voto das mulheres.

Uma demanda que envolve grandes empresas e que seu plano de governo cita é auditoria nas empresas de ônibus. Você pretende tentar junto ao governo municipal fazer essa auditoria e reduzir as tarifas?
Nossa meta é tarifa zero. É perfeitamente possível não pagar tarifas. Não é só o cerceamento da juventude, mas a tarifa possibilita melhores condições para todos os trabalhadores. Estamos lutando para isso. Temos colocado que isso é um processo. Temos condições de fazer tudo de imediato. É necessário fazer essa auditoria para mostrar como se tem um custo muito alto à sociedade com essa forma de compensação.

 

 


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