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Estado de Minas

Como a saída de Lacerda muda o jogo na disputa pelo governo de Minas

Sem outros candidatos de peso nestas eleições, corrida pelo Palácio da Liberdade tende a ser decidida no primeiro turno


postado em 22/08/2018 06:00 / atualizado em 22/08/2018 09:49

Com a desistência de Marcio Lacerda (PSB) de concorrer ao governo de Minas, petistas e tucanos devem mais uma vez polarizar a disputa eleitoral no estado, o que vem ocorrendo desde 2002. Sem o ex-prefeito no páreo, há possibilidade de que a disputa se encerre em um único turno, considerando que seis dos oito candidatos são pouco conhecidos, de pequenas legendas, com um exíguo tempo de campanha para ganhar visibilidade.


Em carta divulgada na terça-feira (21), Lacerda anunciou a sua desfiliação do PSB e, portanto, não pretende disputar nem mesmo o Senado na coligação encabeçada pelo governador Fernando Pimentel (PT). A candidatura de Lacerda estava sub judice: houve duas convenções, duas atas encaminhadas à Justiça Eleitoral – uma pela convenção estadual do partido, que o lançou candidato, e outra pela convenção nacional, que se coligou com o PT, apoiando a reeleição de Pimentel.

Agora, prevalecerá a coligação do PSB com o PT, o PR e o PCdoB, o que dará à campanha majoritária de Pimentel o tempo adicional da legenda de 54 segundos diários em inserções e 1min10s nos dois blocos do horário eleitoral para o governo de Minas, às segundas, quartas e sextas.

Ao todo, Pimentel passará a ter 5min11s nos dois blocos, além de 4min6s em inserções diárias, o que reduzirá um pouco a diferença em relação à campanha do senador Antonio Anastasia (PSDB), que conta com 6min 44s nos dois blocos do horário eleitoral e 5min15s em inserções diárias.

Embora no MDB deputados federais e estaduais tivessem a informação de que a candidatura de Lacerda poderia sofrer um revés na Justiça Eleitoral, houve surpresa com a decisão do ex-prefeito de Belo Horizonte. Também representantes dos partidos aliados na coligação – o Pros, o PRB, o PDT, o PV e o Podemos se disseram surpresos, mas desconfiados de que alguma coisa ocorreria, já que Lacerda havia convocado para hoje um almoço com todos os partidos da coligação.

O MDB, que indicou o vice da chapa, o deputado estadual Adalclever Lopes, presidente da Assembleia Legislativa, discutia ontem, sem consenso, o que fazer. Alguns defendiam lançar a candidatura de Adalclever Lopes ao governo, tendo por vice o ex-vereador Daniel Nepomuceno (PV), que é primeiro suplente ao Senado do candidato da chapa, o deputado federal Jaime Martins (Pros). Mas Nepomuceno descartou essa hipótese.

Ao mesmo tempo em que alguns emedebistas insistem na cabeça da chapa como forma de puxar votos para as eleições proporcionais, houve propostas de parlamentares para que a chapa não lançasse candidato ao governo – no jargão, uma chapa “mula sem cabeça” – e cada candidato ficaria livre para apoiar outro nome ao governo (o petista Fernando Pimentel ou o tucano Anastasia). “O MDB não pode mais se coligar formalmente com o PT porque o prazo para esse tipo de arranjo já se encerrou”, afirmou o advogado especializado em direito eleitoral Paulo Henrique Studart.

“Sai o PSB, mas mantém-se a coligação do MDB, o Pros, o PDT, o PV e o Podemos, que poderá indicar um candidato ao governo, ou poderá desistir de ter candidatura majoritária ao governo, mantendo as coligações para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa”, afirmou o jurista especializado João Batista de Oliveira.

Seja qual for a decisão política das legendas, ela não será fácil, já que os candidatos a deputado estadual e federal demonstram desconforto com a linha de corte das chapas. Para deputado federal estão coligados agora MDB, PV, PDT e PRB. A linha de corte era de aproximadamente 70 mil e não deve se alterar, pois o PSB tem um só parlamentar, Júlio Delgado.

Mas para a Assembleia Legislativa estão coligadas as mesmas siglas mais o Podemos, e a linha de corte é de 60 mil. A saída do PSB, que tem quatro deputados estaduais, terá um impacto na dinâmica das projeções.

Adversários


A desistência de Lacerda de concorrer ao governo provocou reação de adversários na disputa, que se solidarizaram com ele. Anastasia declarou que a saída de Lacerda afeta a capacidade propositiva da campanha, já que ele é um candidato de “alto nível”. “Fico triste pela ausência do Marcio, que certamente traria com suas boas ideias um alto nível à nossa campanha em Minas Gerais”, disse.

O governador Fernando Pimentel preferiu não se manifestar. A presidente do diretório petista em Minas, Cida de Jesus, disse apenas que a decisão de não concorrer no estado foi tomada pelo PSB. “Não pretendo comentar as declarações, já que o partido dele, o PSB, faz parte da nossa chapa e a decisão foi tomada pelo diretório nacional do partido”, afirmou.

Outro que se manifestou foi o candidato da Rede, João Batista Mares Guia, que, além de se solidarizar com Lacerda, se autointitulou como “terceira via”, fugindo da polarização entre os candidatos do PT e PSDB. Ele ainda classificou o ocorrido com Marcio Lacerda como “golpe” em que a democracia e a qualidade da disputa saem perdendo.

“E registro que é um enorme desrespeito a uma pessoa decente, que foi um bom prefeito em Belo Horizonte e que há mais de dois anos está em campanha de peregrinação.” (Colaborou Marcelo Ernesto)

 

 


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