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Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 19/06/2018 12:00 / atualizado em 19/06/2018 07:19

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

O argentino insiste. O brasileiro resiste

“Se me permite a ponderação, eminentíssimo amigo, presidente Tabaré Vázquez, nós não devemos abandonar a ideia dessa aliança Mercosul-União Europeia.” Embora com o devido cuidado protocolar ao pedir permissão para ponderar, o presidente Michel Temer (MDB) deixou de lado o que é normal nesse tipo de encontro.

A divergência está no Mercosul. E até à Bíblia o uruguaio Tabaré Vázquez recorreu, citando o Eclesiastes:“Tudo tem seu tempo”. E acrescentou que “quando se fala em dançar não se dança sozinho e tudo depende do Mercosul”.

Tudo aconteceu ontem em Assunção, no Paraguai, que não se classificou para a Copa do Mundo na Rússia e, pelo jeito, nem a vitória magra do Uruguai por 1 a 0 contra o Egito sexta-feira passada deixou Vázquez animado. O que seria mais apropriado para o Brasil, diante do empate em 1 a 1 com a Suíça.

Bola fora, no entanto, é o Mercosul continuar insistindo em se fechar. Muito mais apropriado é a aproximação do Brasil com a União Europeia. Lá estão negócios muito mais atraentes. Se o acordo é difícil e o próprio Itamaraty admite, diante de relatos de seus embaixadores, é melhor tentar do que se fingir de morto.

Se já há uma luz, fraca ainda, mas está lá no fim do túnel, é melhor investir na Europa. Não por acaso as negociações avançaram nos últimos tempos. O problema é que ou elas saem agora ou ficam para depois das eleições, ou melhor, para o ano que vem. Óbvio que as negociações só seriam retomadas com o novo presidente.

Se Temer esquentou o tempo na reunião do bloco comercial, mais quente ainda foi o voo que levou a Arábia Saudita para Rostov do Don. A cidade russa não tem dado muita sorte. Foi lá que o Brasil empatou com a Suíça em sua estreia. No voo, entretanto, tudo acabou tranquilamente, foi só um susto. Quem sabe o susto ajuda os árabes a esquecer a goleada de 5 a 0 para a equipe da Rússia?

Bem, por fim, passou quase despercebido. Antes o registro. A campanha Junho Vermelho é voltada para a conscientização sobre a importância da doação de sangue. E assim foi a foto publicada, só no Twitter, na transmissão do cargo de presidente da República à ministra Cármen Lúcia, que ostentava um ornamento vermelho. Para ser justo, Temer também tinha uma fitinha, bem discreta, mas não deixou de seguir o gesto da comandante do Supremo Tribunal Federal (STF).

Toca a viola
“O Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) aprovou em reunião o Registro dos Saberes, Linguagens e Expressões Musicais da Viola em Minas Gerais como patrimônio cultural imaterial. A preservação desses elementos tem grande importância pelos seus valores históricos, socioculturais e identitário para o estado. O reconhecimento possibilita preservar, valorizar e compreender o universo das violas.”

Identitário?
Consta em informação oficial do próprio governo do estado. “Identitário”? Tradução: relativo a identidade; relacionado com o conjunto de características que define e caracteriza algo ou alguém, diferenciando esta pessoa ou coisa dos demais. Exemplo: composição artística identitária. Tem mais um: “Identitária é um termo utilizado para se referir ao conjunto de características que define algo ou alguém. Este termo está relacionado com a identificação, por isso, as características que designam uma pessoa ou algum objeto fazem parte de um grupo importante de apontamentos que dizem o que é algo ou o que alguém é”. Não é cultura inútil da coluna, vem dos dicionários mesmo.

Injusta?
Não deu para entender o que o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, quis dizer com isso. Mas disse: “O que eu acho é a sentença do Moro injusta”. A pena do juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, foi de 9  anos e 6 meses de prisão. Só que o Tribunal Regional Federal (TRF-4) aumentou para 12 anos e um mês. A notícia de fato é que Ciro deixou claro também que indulto para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se for eleito presidente, pode esquecer. “Não está em minhas cogitações”, avisou.

“Mexicanizar”
Especialista em Segurança Pública, Luis Flávio Sapori, esteve ontem na Assembleia Legislativa (ALMG) e fez um alerta que merece atenção: “Se não partirmos para o combate, em 10 anos, teremos um país dividido por cartéis de drogas. Vamos mexicanizar”. Ressaltou, porém, não ter uma bola de cristal. Nem precisa. Do assunto, ele entende. Foi secretário-adjunto de Antonio Anastasia (PSDB), então vice-governador, que acumulava a pasta de Segurança Pública no governo de Aécio Neves (PSDB). A propósito, o próprio Anastasia foi o primeiro orador na sessão. Não como candidato, fez questão de ressaltar.

Regime fechado
Enquanto o presidente Michel Temer (MDB) diz que a pesquisa de popularidade “não é verdadeira”, o Judiciário em Minas Gerais continua a todo vapor e não é para ser popular. É para punir mesmo. Desta vez, Marcos Valério e outros condenados receberam pena de 16 anos e 9 meses de prisão. Cada um e em regime fechado. Marcos Valério dispensa apresentações. Era o chamado comandante do escândalo batizado de “mensalão tucano”, que atingiu o ex-governador Eduardo Azeredo.

PINGAFOGO

Ex-ministro da Defesa, ele deve entender do que fala. Trata-se de Aldo Rebelo que classificou como “lenda” a influência do Exército no impeachment de Dilma Rousseff (PT). Quem falou que as Forças Armadas atuaram foi o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

Aldo Rebelo, agora no Solidariedade, é pré-candidato à Presidência da República. Bem, rascunho de um decreto de estado de defesa, a Dilma fez, mas o Exército recusava a ideia. E foi Aldo quem recebeu o recado dos militares.

A propósito da nota “Mexicanizar” é necessário registrar que se tratou de audiência pública em reunião extraordinária no auditório José Alencar Gomes da Silva da Assembleia Legislativa (ALMG).

Vale ainda um registro oficial da Assembleia: “Transmissão ao vivo finalizada. O vídeo estará disponível nesta página no dia seguinte à realização da reunião”. Dia seguinte? Sem comentários.

Como já registrado, será hoje o debate sobre as fake news no plenário da Câmara dos Deputados. Um dos convidados é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo, Luiz Fux. Faz todo sentido. Tem que ter alguém para vigiar as notícias falsas.

 


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