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Estado de Minas

Tacla Duran questionará Lava Jato em Comissão na Câmara


postado em 05/06/2018 16:36

Madri, 05 - Apontado pela força-tarefa da Lava Jato como um dos operadores da Odebrecht no esquema de corrupção, o advogado Rodrigo Tacla Duran depõe nesta terça-feira, 5, na sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados. Duran, que afirma ter trabalhado para a construtora, acusa a Lava Jato de "cerceamento do direito de defesa" e questiona as informações prestadas pela empreiteira em seu acordo de colaboração com a Justiça.

Vivendo na Espanha e considerado foragido pelo juiz federal Sérgio Moro, Tacla Duran é alvo de processos no Brasil e mencionado em investigações recentes. O ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial Márcio Faria da Silva, por exemplo, entregou aos investigadores da Lava Jato de Curitiba um fluxograma com informações sobre o caminho da propina paga a integrantes do PMDB em troca de um contrato milionário na Diretoria de Internacional da Petrobrás.

No fluxograma, a propina para os emedebistas saiu em parte das contas operadas pelo Setor de Operações Estruturadas com destino à conta de offshore GVtel, em nome de Tacla Duran. Ele também foi alvo de uma das fases da Lava Jato, a 48ª, que mirou em contratos de pedágio no Paraná.

Duran participará de uma sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados, a convite do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), autor do requerimento para a Comissão ouvir o advogado em audiência pública, por meio de videoconferência. Damous é um dos mais ativos parlamentares na defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso em Curitiba.

"Vou esclarecer sobre diversos cerceamentos de defesa que eu sofri e venho sofrendo", disse Tacla ao jornal

O Estado de S. Paulo

. "São diversos, inclusive sobre documentos que sumiram dos expedientes brasileiros. Isso se agravou principalmente depois que dei um depoimento na CPI da JBS", insistiu.

Ele também questiona o fato de não ter sido ouvido como testemunha do Brasil. "Já fui testemunha em nove rogatórias internacionais. E, no caso do Brasil, no dia 4 de dezembro de 2017, compareci (à Audiência Nacional da Espanha) para atender a uma rogatória brasileira", explicou. "E os procuradores que solicitaram para vir, não vieram. A minha colaboração com Peru, Equador e Andorra, por exemplo, se mostrou extremamente eficaz. Resultou em diversas prisões e até em renúncias de presidentes", disse.

Odebrecht

Procurada, a empresa garantiu que sua colaboração com as autoridades é "ampla, detalhada e contínua". "A totalidade das informações de que a empresa dispunha foi colocada à disposição das autoridades", disse a companhia por meio de nota.

"A Odebrecht assinou Acordo de Leniência com o Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala. Implantou um sistema para prevenir, detectar e punir desvios ou crimes. E adotou modelo de gestão que valoriza não só a produtividade e a eficiência, mas também a ética, a integridade e a transparência", completou a empresa.

(Jamil Chade, correspondente)


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