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Estado de Minas

Pimentel acusa antecessores de 'obras faraônicas' e superfaturadas

Discurso ocorreu na solenidade da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto, que homenageia Marielle Franco e ativista Nobel da Paz


postado em 21/04/2018 12:48 / atualizado em 21/04/2018 15:01

Pimentel foi o orador da solenidade, que, pela primeira vez, teve uma parte da cerimônia em espaço fechado(foto: Carlos Alberto/Imprensa MG)
Pimentel foi o orador da solenidade, que, pela primeira vez, teve uma parte da cerimônia em espaço fechado (foto: Carlos Alberto/Imprensa MG)

Em seu discurso na entrega da Medalha da Inconfidência, o governador Fernando Pimentel, orador da solenidade, afirma que a democracia está em risco, ameaçada pelos excessos de poder. Também acusou "aqueles que o antecederam" de fazer obras faraônicas e superfaturadas.

“Estamos reverenciando o ontem, mas os heróis do amanhã, que ousaram acreditar que o país conquistaria a independência. E que o país teria uma constituição feita pelos eleitos por nossa gente, e não pelos homens do além-mar. A democracia hoje está ameaçada pelos excessos e abusos do poder”, afirmou Pimentel.

A cerimônia homenageia a vereadora Marielle Franco, assassinada no mês passado, e o argentino prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel. O ativista dos direitos humanos, que indicou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ganhar o Nobel, tentou visitar Lula na prisão em Curitiba.

“A estrada para o futuro não pode ser pavimentada pelo ódio, que tenta calar a voz de quem luta pela justiça social. Falo de Marielle e Anderson. O fascismo que já mostra as suas garras em figuras toscas, racistas”, disse o governador.

Em seu discurso, o governador Fernando Pimentel acusa “aqueles que o antecederam” de terem promovido obras faraônicas e superfaturadas em Minas Gerais, em referência à construção da Cidade Administrativa pelo governo do PSDB. “Assumi o governo, não joguei pedras no que ficou pra trás. Encontramos um estado numa realidade de destruição das finanças públicas. Isto porque antes de nos houve obras faraônicas superfaturadas. Cartões postais do desperdício”, afirmou.

A declaração destina-se a justificar o estado de calamidade financeira do estado, que parcelou salários e tem atrasado pagamentos e repasses. O governador afirmou que o pior da crise já passou e aproveitou para reverenciar nomes que foram perseguidos em seu tempo, mas foram reverenciados pela história. “Assim como Getúlio Vargas, JK e Lula, heroicos construtores do amanhã foram perseguidos, mas conquistaram espaço eterno no coração de nossa gente”, disse.

O governador Fernando Pimentel também deu medalha ao chefe da segurança de Lula, Valmir Moraes da Silva. Foi ele quem depôs a favor do ex-presidente no caso do tripléx do Guarujá, pelo qual Lula acabou sendo condenado a 12 anos e um mês de prisão.

Em paralelo à solenidade oficial, ocorreu ato em favor da libertação do ex-presidente Lula. O protesto contou com a presença da presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann.

É a primeira vez que uma parte da solenidade, a entrega de medalhas, ocorre em local fechado, no centro de convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), fora da Praça Tiradentes. Na primeira etapa da cerimônia, realizada a pedido da população na Praça Tiradentes, Pimentel depositou flores no monumento a Tiradentes e recebeu o fogo simbólico para o acendimento da pira da Liberdade.

Em seguida, ele foi para o centro de convenções, onde as medalhas foram entregues. A capital de Minas foi simbolicamente transferida para Ouro Preto, nesta data que homenageia o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, mártir que lutou e disseminou o ideal de tornar o Brasil independente.

O movimento, chamado de Inconfidência Mineira, teve fim após a traição de Silvério Reis e consequente enforcamento. O seu corpo foi esquartejado.


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