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Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 26/01/2018 12:00 / atualizado em 26/01/2018 07:59

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

Os conselhos de Maia e a candidatura de Lula

Depois de horas a fio em que o país parou para ver qual seria o destino do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ontem foi de ressaca política, não alcoólica, para deixar claro. Bem, parar é modo de dizer. Pelo menos para a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, lúcida como sempre, já na noite de quarta-feira negou dois pedidos de habeas corpus em favor de Lula.

Eram de estudantes de direito, que tomaram a iniciativa antes mesmo da tramitação jurídica do caso. Melhor deixar a própria Cármen Lúcia explicar, nos autos, bem entendido: “Não é atribuição do STF decidir, neste momento, esta questão”. Óbvio.

Já a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) fez questão de anunciar a pré-candidatura de Lula para tentar voltar, pela terceira vez, a subir a rampa do Planalto. “Esta será uma reunião política, porque estamos lançando a pré-candidatura de Lula”, deixou claro a senadora. Bem, melhor ficar com o Supremo do que com o palanque antecipado.

As notícias são todas sobre o julgamento. Ou melhor, quase todas. No meio do caminho tem a reforma da Previdência na volta dos trabalhos no Congresso. Quem ressaltou a necessidade de sua aprovação, óbvio, foi o próprio presidente Michel Temer (MDB).

O Palácio do Planalto ainda faz conta. Em ano eleitoral, dois terços, por se tratar de emenda à Constituição, vão dar muito trabalho antes de o plenário ser aberto para essa questão. Com baixa popularidade, no entanto, o presidente Temer vai insistir. A questão é matemática. Ou aprova ou os futuros aposentados e os que já são podem ficar sem receber.

De volta ao ex-presidente Lula, o melhor a fazer é seguir os conselhos de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. “Se no cenário político de hoje, fazer uma análise para 24 horas é difícil, para outubro, então, é impossível.” Se Maia diz ser impossível, seguir o conselho dele seria mais apropriado, mas, na prática, ele tucanou. Até porque, ainda não sabe se será candidato à Presidência ou ao governo do Rio.

Enfim, enquanto o ex-presidente Lula cita Jesus Cristo e um advogado pede que seu passaporte seja entregue ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), melhor ficar por aqui. Por aqui no Brasil. Até porque, meu passaporte está vencido faz tempo.

Segregação
Novidades na área educacional do estado estão provocando polêmicas entre a população antenada e os professores, que enviaram mensagens para o gabinete do deputado João Leite (PSDB). A secretária de Estado de Educação, Macaé dos Santos, acaba de assinar resoluções para definir critérios de seleção de professores para atuar nas comunidades quilombolas e assentamentos. O professorado interessado tem que comprovar que é quilombola ou assentado. Já que não ofende, aí vai, secretária: “Essas resoluções não representam uma segregação tão combatida no Brasil e no mundo?”. A pergunta, óbvio, é do deputado.

Incêndio
Indicado pelo ex-presidente e hoje senador Fernando Collor (PTC-AL), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio de Mello diz que a prisão de Lula “incendiaria” o país. Já quanto à candidatura à Presidência da República, o ministro colocou em questão a Lei da Ficha Limpa, o que caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definir se ele poderá ser candidato ou não. Enfim, questões jurídicas à parte, o fato é que a política está mesmo complicada com o julgamento do petista.

Falar nisso
Teve mesmo. É, incêndio de verdade na Câmara dos Deputados, que se espalhou por várias áreas dela. Ele foi causado, como informa a própria Casa, por um curto-circuito. Falta saber o resultado da perícia que foi solicitada. Já o perito político informa que nem precisava. De choques elétricos atualmente, nem é necessário detalhar. É um atrás do outro na política em Brasília e no país afora.

O especialista
“Vão ter de prender milhões antes” e ressaltou antes “de prender o Lula”? E é o senador da República Lindbergh Farias (PT-RJ) quem prega. Sugere “desobediência civil”. Uai, virou anarquista? Mas se fosse não estaria no Congresso, é contra a postura da anarquia pura. Se há “uma ditadura de toga” neste país e o Tribunal Regional Federal da 4ª Região(TRF-4) não se ateve “aos autos e às provas”, vale lembrar que Lindbergh fez direito, mas não completou o curso, tanto na PUC no Rio de Janeiro quanto na UnB de Brasília. Bem, desobediência civil não é anarquia pura, trata-se de manifestação legalmente aceita quando um grupo de cidadãos se recusa, em forma de protesto, a seguir as leis por considerá-las injustas.

‘Estamos de luto!’
“O governo do PT colocou uma pá de cal em mais um programa de absoluto êxito. O Centro Mais Vida de Juiz de Fora está fechando as portas. Não há mais recursos financeiros para manter em funcionamento os serviços aprovados por quase 100% dos usuários. Isso mesmo! Quase 100% dos 68 mil idosos atendidos, de 2009 até agora, aprovam o atendimento que recebem no Centro Mais Vida.” A fala é do deputado estadual Antônio Jorge (PPS). Acrescentou que a dívida com a Acispes já soma mais de R$ 4,2 milhões. É grave a crise.

PINGAFOGO

Para deixar clara a frase do deputado Antônio Jorge: a Acispes (Agência de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé da Serra) é uma associação civil sem fins econômicos, com sede em Juiz de Fora.

Criada em 1996, a Acispes é um consórcio de municípios com foco na saúde para a realização de procedimentos de média complexidade. E o lema é prevenir. Se é para prevenir...

Bem, ainda sobre o incêndio na Câmara dos Deputados. Ele começou no plenário. Pensa bem, no plenário. Não estivesse em recesso e com o plenário cheio, já imaginou o caos que seria para os deputados?

Se a candidatura de Lula é considerada inevitável, sem nem mesmo fazer ressalvas, pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tem gente da esquerda ou centro-esquerda que já deixou claro que será candidato.

A lista com nomes ainda não dá para cravar, mas é certo que, em eventual segundo turno, aí sim, pode haver a recomposição da esquerda. Bem, pode ser. Com temperamentos como o do ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE), melhor deixar pra lá.

 


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