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Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 19/02/2017 12:00 / atualizado em 19/02/2017 10:10

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

Do Guinness Book ao olho das ruas


Será que já convocaram os analistas do Guinness Book para que eles registrem a maior fraude da história mundial? É sensacional a capacidade de “falsificar” mais de 2 milhões de assinaturas. Quanta criatividade, definir milhões de nomes, será que, pelo menos, trocaram as canetas para não deixar rastro de que era uma “falsificação”, com elas todas no mesmo tom? Me poupe!

Bem, não pouparam. É determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) cumprida pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que devolveu o projeto de iniciativa popular anticorrupção à Câmara dos Deputados. Pior é a reação do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ): “O problema é que ficou muito confuso agora. Como eu faço agora? Eu devolvo para os autores?”. E disse não saber o que fazer diante da decisão.

Para recorrer ao plenário do Supremo Tribunal Federal, o argumento de Maia é, para ser educado, risível, embora nada tenha de engraçado: “Acho que se poderia criar alguma regra sobre como acatar um projeto de iniciativa popular para garantir que aquelas assinaturas são 100% válidas”.

Daí voltando ao início, vão conferir as assinaturas? Vão ligar para todos os 2.028.263 (dois milhões, vinte e oito mil e duzentos e sessenta e três) de brasileiros e perguntar se eles assinaram? A conta de telefone não ficará 100% mais cara, mas será mais, muito mais. As empresas telefônicas agradecem, os contribuintes reclamam, afinal, eles é que pagam a conta. Ah! O número, com os quebrados e tudo, é do próprio ministro-relator , Luiz Fux.

“Vão cair todas as leis aprovadas de iniciativa popular? O presidente do Senado devolveu e agora estamos com um problema. Eu não sei como proceder”. Se não sabe, senhor Rodrigo Maia, você não tem condições de estar sentado na principal cadeira da Câmara dos Deputados. Desça daí, vá para o plenário, ou melhor, para o olho da rua. Ihh! Não, vá pra casa. No olho da rua corre sério risco de apanhar dos brasileiros que tomaram a iniciativa.

Guerra de poderes
“A assessoria está analisando a liminar. Infelizmente, é intromissão indevida do Judiciário na Câmara dos Deputados.” É ainda o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). A intromissão é cassar a necessidade de a Câmara ter que autorizar processos contra seus deputados. Tradução simultânea: a Operação Lava-Jato da Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) fala por si.

Madrugada, não!
Na mira da Operação Lava-Jato, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), preferiu pisar menos no acelerador. Deixou pra lá aquelas sessões que entravam madrugada adentro, até para aproveitar que ninguém estava assistindo à TV Câmara e aprovar projetos impopulares, como o próprio aumento de salário dos nobres colegas. Agora, elas vão até as 21h30, e olhe lá. O suficiente para um colega comentar: “O coruja sai, só aparece na hora H, mas o papagaio continua”. Sobre o papagaio, nem precisa explicar. Maia fala por si.

Precisa tanto?
“Nunca este país precisou tanto do PT quanto precisa agora. Nunca este país precisou tanto de você, petista de corpo e alma, petista ideológico, petista consciente.” E olha que foi em vídeo que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez essa afirmação. O motivo, promover o 6º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores. É, pelo jeito, para convocar os petistas de carteirinha com vídeo e tudo de Lula, a militância deve estar um “tanto” preguiçosa. Vale um em tempo: a informação do PT divulgada em vídeo pelo Facebook vem com “6º Congresso Nacional”, com maiúsculas, mas aí confunde com o Poder Legislativo, né?

Fazendo arte
O Brasil está mesmo precisando de alguém para pôr juízo nos nossos nobres parlamentares. É que muitos estão fazendo “arte”, no sentido infantil, viu? Sem qualquer juízo de valor, é o filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA), investigado pela Operação Lava-Jato da Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF). Márcio Lobão é um conhecido colecionador de obras de arte, boa parte delas muito valorizadas. Em ação de busca e apreensão, a PF apreendeu cerca de 1,2 mil quadros na residência de Márcio, no Rio. É, mil e duzentas obras, mas especialistas contestam a quantidade.

PINGAFOGO

“Eu não afasto a possibilidade de eu me candidatar.” É a própria ex-presidente Dilma Rousseff (PT) dizendo. E ainda avisa que a candidatura deve ser a senadora ou deputada. Uma ex-presidente senadora, vá lá. Mas deputada? Deixa para lá.

Bem, para ser justo, vale o registro do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC-AL), que também sofreu impeachment e hoje é senador. É discreto, mas assíduo nas sessões e nas comissões.

Quem sabe então um pouco de Camões? “Jamais haverá ano novo se continuar a copiar os erros dos anos velhos.”  Mais uma: “O amor é um só, não pode ser partido”. Virou mania, né?

Dá para explicar, traduzindo Camões: erros velhos e partidos? Melhor dizer: muitos partidos cometendo os mesmos velhos erros de sempre. E ministros também.

Uai, por que tudo isso? É a briga, um bate-boca, entre o ministro da Cultura, Roberto Freire, e o escritor Raduan Nassar, que fez duras críticas ao governo Temer quando recebeu o Prêmio Camões.

Bom domingo! Aproveite e leia um livro.

 


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