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Estado de Minas

2016 passa como um furacão na política e na economia brasileira

Ano chacoalhado por turbilhão de fatos marcantes na política e na economia brasileira se aproxima do fim com desafios para governo e Congresso em meio a temporal de denúncias


postado em 12/12/2016 06:00 / atualizado em 12/12/2016 07:37


O jornalista e escritor Zuenir Ventura se consagrou com o clássico 1968: O ano que não terminou, livro que relata o momento mais duro do regime militar. Em 366 dias, houve confrontos, manifestações, mortes, prisões, a histórica passeata dos Cem Mil até a decretação do Ato Institucional 5 (AI-5), em 13 de dezembro. O ano de 2016, também bissexto, ainda não terminou, mas nem por isso terá menor destaque na história do país. Houve o impeachment da presidente da República, a prisão do presidente da Câmara, o presidente do Senado se tornou réu. Houve crise entre os poderes, acusações contra dezenas de políticos por corrupção por empreiteira. Ainda faltam 20 dias para o réveillon, embora aumentem as evidências de que 2016 – ou pelo menos a repercussão dele – não acabe jamais.

No Palácio do Planalto e no Congresso Nacional, o desafio nestes últimos dias úteis será, em meio à crise gerada pelo vazamento da delação premiada do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho, conseguir votar a PEC do Teto de gastos públicos e dar andamento à reforma da Previdência, duas matérias consideradas fundamentais pelo governo para o equilíbrio financeiro do país.

O foco do presidente Michel Temer (PMDB) e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nestas últimas semanas de trabalho no Congresso será garantir a aprovação da PEC 55, que limita os gastos públicos para controlar as despesas, em tramitação no segundo turno no Senado. A votação está prevista para amanhã e a Casa Legislativa se prepara para encerrar as atividades legislativas no dia 16. Na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), planeja dar andamento à reforma da Previdência nas comissões. O recesso legislativo ainda não está definido, mas pode se estender até a semana que vem.

REVIRAVOLTA A se pautar somente pelo mês de dezembro, os próximos dias prometem. Logo no dia 1º, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público). No dia 5, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello consegue liminar pelo afastamento do senador da presidência da Casa, mas decisão não é cumprida. O episódio reforça crise institucional entre o Legislativo e o Judiciário e ainda abala o Palácio do Planalto. Dois dias depois, o plenário do STF decidiu mantê-lo no cargo de presidente do Senado.

Na noite de sexta-feira, dia 9, vaza o conteúdo da delação premiada de Melo Filho à força-tarefa da Operação Lava-Jato. As revelações atingem o presidente Michel Temer, que teria pedido propina de R$ 10 milhões, segundo o ex-diretor da Odebrecht, e a cúpula do PMDB. As acusações recaem a pelo menos 50 políticos de 11 partidos. Melo Filho foi o primeiro de 77 executivos da empreiteira a fazer a delação. Nestes próximos dias, junto com o trabalho para aprovar as matérias de interesse do governo, o esforço será contornar a crise criada pelo vazamento da delação.

Líderes do governo nas duas Casas consideram que o episódio do vazamento da delação não vai contaminar as votações previstas para ocorrerem os próximos dias de atividades no Legislativo. “A programação da última semana do Senado já está feita. O calendário está absolutamente consolidado e não altera em nada o surgimento da delação, até porque (essas acusações) estão sujeitas a toda uma série de procedimentos”, afirmou o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP). Já na Câmara, além da votação da Reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça, também haverá sessões para discutir e votar vetos e o Orçamento da União de 2017. “A base está coesa”, disse o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).


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