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Estado de Minas

Abstenção no segundo turno em BH preocupa João Leite

No primeiro pronunciamento após resultado, João Leite cumprimenta vencedor, mas se diz apreensivo com afastamento entre eleitores e a política, que 'propicia o autoritarismo'


postado em 31/10/2016 06:00 / atualizado em 31/10/2016 07:31

João Leite, ao lado da mulher, Eliana Aleixo, diz que a população se esquivou de escolher o prefeito de BH (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
João Leite, ao lado da mulher, Eliana Aleixo, diz que a população se esquivou de escolher o prefeito de BH (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Derrotado nas urnas em Belo Horizonte, o PSDB trata com temor a vitória do “antipolítico”, encampada pela candidatura do prefeito eleito, Alexandre Kalil (PHS), e avalia que o resultado na capital mineira mostra o distanciamento da população da política. O discurso sobre o alto índice de abstenções, votos brancos e nulos – que somaram 38% do eleitorado – foi reforçado pelos principais representantes do partido nesse domingo (30), na sede estadual da legenda em BH, onde o candidato tucano à prefeitura da capital, João Leite, fez pronunciamento sobre seu desempenho nas eleições. Ele teve 557 mil votos, contra 628 mil de Kalil e 742 mil nulos, brancos e abstenções.

 

Sob gritos de “João Leite guerreiro”, o tucano cumprimentou o prefeito eleito pela vitória. Ao lado da esposa, Eliana Aleixo, e dos senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia, João Leite afirmou que está preocupado com alto índice de abstenções, votos nulos e brancos. "Isso mostra um grande distanciamento da população da política. A política não pode ser negada, porque a democracia ocorre no âmbito da política. A negação da política proporciona um ambiente para o autoritarismo e para algo mais grave ainda: o preconceito", afirmou.

O candidato fez um alerta: "Neste momento em que a população se ausenta de escolher em BH o seu candidato, temos um viés, um desvio para o autoritarismo". João Leite não respondeu às perguntas da imprensa. Preferiu passar a palavra para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, considerado pela oposição um dos principais atingidos pela derrota dos tucanos em BH.

“Diferentemente do futebol, em que às vezes há empate, na política a gente ou ganha ou perde. E hoje perdemos, mas continuaremos nossa caminhada falando a verdade, acreditando que a política é o mais valioso instrumento que uma sociedade democrática tem para superar as suas dificuldades”, afirmou Aécio, que destacou a vitória do partido no segundo turno em outros municípios do país. O PSDB conquistou 14 das 19 prefeituras que disputou como cabeça de chapa na segunda fase das eleições.

SORTE Aécio marcou a posição do partido como oposição em BH. “Continuaremos fiéis àquilo que acreditamos: a decência, a correção e a boa política. Ao futuro prefeito, boa sorte. A nós, caberá o papel de fiscalizá-lo e de estar ao lado de tantos belo-horizontinos que compreenderam o seu trabalho e acreditaram em você”, afirmou, referindo-se a Kalil.

O presidente estadual da legenda, o deputado federal Domingos Sávio, afirmou que o momento merece uma reflexão de todos os partidos. Para ele, a democracia brasileira ainda não atingiu sua plenitude. “Democracia plena existe quando há mais consciência política, e, quando há mais consciência política, o cidadão não deixa de votar. Seria mais natural se a ampla maioria do povo tivesse escolhido alguém”, afirmou, antes do pronunciamento de João Leite.

Domingos Sávio lamentou a vitória de Alexandre Kalil. Alegou que, provavelmente, qualquer outro candidato sairia derrotado nessa disputa. “O candidato adotou a estratégia de dizer: olha, sou o antipolítico. E o povo, infelizmente, acreditou nisso. Acho que qualquer outro correria sério risco de perder, porque perdemos para uma espécie de plesbicito entre a política e a antipolítica. O eleitor acreditou que votar na antipolítica representa algum projeto”, declarou.

O presidente estadual do PSDB marcou o espaço da legenda como oposição. “Kalil é do tipo que não desce do palanque nem depois das eleições. Vamos cobrar, fazer a cidade funcionar como ele prometeu. As coisas absurdas que ele prometeu não vamos cobrar”, concluiu Domingos Sávio.


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