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Estado de Minas

João Leite e Kalil partem para o tudo ou nada na última semana da campanha

Última semana promete ser ainda mais acirrada entre Kalil e João Leite, que entram na reta final com chances de vitória. Equipes traçam estratégias diferentes de campanha


postado em 24/10/2016 06:00 / atualizado em 24/10/2016 07:17

Sidney Lopes e Cristina Horta/EM/D.A Press
Sidney Lopes e Cristina Horta/EM/D.A Press

A disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte – que nos últimos dias ganhou contornos dramáticos, com troca de ofensas e acusações –, entra na última semana com um cenário de incerteza, com chance para os dois candidatos de conquistar o comando da capital. Nesse contexto, e com estratégias diferentes de campanha, a briga entre o ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil (PHS) e o deputado estadual João Leite (PSDB) promete ser acirrada até o fim. Enquanto Kalil vai focar em propostas, João Leite vai mirar nas contradições do rival. Os candidatos tentam convencer cerca de 740 mil eleitores que não foram às urnas, votaram em branco ou anularam o voto no primeiro turno, número maior até mesmo que a soma obtida pelos dois, de 710 mil votos.

Nos últimos dias, a troca de farpas deu lugar a ataques mais pesados, que deixa o clima tenso entre os dois candidatos. Enquanto Kalil vem dando destaque para o que ele considera falta de experiência do adversário para administrar uma cidade e a presença dele na lista de beneficiários de propina de Furnas, João Leite bate na tecla das dívidas do ex-cartola com o IPTU e com funcionários de sua empresa, se referindo a ele como “empreiteiro”, em tom de acusação.

Com a virada de Kalil constatada na última pesquisa Ibope – o candidato, com 41% das intenções de voto, apareceu pela primeira vez à frente de João Leite, que ficou com 35% –, os coordenadores da campanha dele garantem que a última semana será focada em propostas para “fazer BH funcionar”. A ideia, segundo eles, é surpreender pelo alto nível. De acordo com um coordenador, Kalil deve desacelerar um pouco a agenda de rua para se preparar para os últimos debates – amanhã, na TV Alterosa, e na sexta-feira, na Globo.

“O Kalil precisa estar pronto para os debates, porque é onde o eleitor indeciso forma opinião”, afirmou um dos coordenadores. Kalil lançou no sábado à noite seu plano de governo, com quase 100 páginas. As propostas foram elaboradas de acordo com a queda no orçamento da PBH para o ano que vem, que representa R$ 2,5 bilhões a menos nos cofres municipais. “É um plano muito bom e executável. Uma das estratégias da nossa campanha é mostrar que as promessas do João Leite, como construir VLT e um centro de convenções são impraticáveis com essa redução e a realidade da PEC 241”, afirma o coordenador.

Nesse domingo (23), Kalil divulgou vídeo em que pede desculpas por fala durante debate de sexta-feira, na Rede TV. Ao responder ao adversário que deve, sim a seu Geraldo, seu ex-funcionário, ele afirmou: “Roubo, mas não peço propina de Furnas”. “Eu quis dizer ‘eu devo, mas não peço propina’, mas saiu, infelizmente, no calor, ‘eu roubo’”, justificou o ex-cartola no vídeo. “Nunca roubei. Deus sabe, eu sei, meus filho sabem.”

SACUDIDA Do lado do PSDB, a pesquisa eleitoral deu uma sacudida na equipe, que ainda se reorganiza para os últimos dias antes do pleito. Segundo uma fonte da campanha, a linha continuará sendo a de expor as mazelas do candidato Alexandre Kalil. Na última semana, João Leite tem batido na tecla do IPTU devido pelo adversário e na retenção de INSS de funcionários de uma empresa do ex-cartola atleticano. “Está vencendo a mentira e o discurso do antipolítico. Ficam falando fora PT e está cheio de petistas na campanha. Não vamos deixar de mostrar proposta, mas vai ser na base do bateu, levou”, disse.

Também o senador Aécio Neves (PSDB) deve finalmente entrar na campanha tucana em BH e vai cobrar uma postura mais agressiva por parte de João Leite. Uma vitória do deputado representa muito para Aécio. Integrantes do partido avaliam internamente que uma derrota em Belo Horizonte prejudicaria substancialmente o projeto nacional do senador e forçaria o retorno dele a Minas em 2018 para recompor sua base política.

Entre outras estratégias da campanha de João Leite está a intensificação da agenda de rua. O candidato vai fazer encontros nas nove regionais, priorizando as periferias. “Vão ser encontrões de massa com a presença dos vereadores da coligação e mesmo dos candidatos que não venceram, além de lideranças regionais.”

O PSDB segue questionando propagandas de Kalil na Justiça Eleitoral. Uma delas mostra o candidato a vice de João Leite, o vereador Ronaldo Gontijo, abraçando o empresário. “Gontijo é conselheiro do Galo também e encontrou o Kalil em uma festa de uma igreja do Barreiro. Divulgaram o abraço sem o direito de imagem e a foto já foi vista por todos do Barreiro”, reclamou a fonte.

Na tarde desse domingo (23), o candidato do PSDB entrou com uma ação no TRE-MG contraKalil por calúnia e difamação sobre as acusações de que o tucano estaria na lista de Furnas.

Em nota, a assessoria de João Leite disse que a estratégia permanece como a traçada no início. “Tem como foco principal a apresentação de compromissos para melhorar a vida das pessoas em BH. E sempre que necessário, assim como no primeiro turno, será feito esforço de esclarecer à população sobre mentiras que estejam sendo disseminadas”, informou.

 

 


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