Panela de "pressão" para fazer um café
Até pode virar propaganda do site, notadamente petista, mas não dá para resistir. A manchete dele – é, aquele que não dou o nome – ontem era: “Fora, Temer cruza fronteira e chega a Buenos Aires”. Uai, a manchete não era, no dia seguinte, sobre as eleições municipais em todo o país? Mas vinha logo em seguida outra matéria, seria melhor parar de falar do tal site, vira propaganda, mas não dá para resistir. A outra matéria: “Eleição da abstenção e da Lava-Jato”. A abstenção foi muito alta, é verdade. Mas empre foi.
Quanto à Lava-Jato, acho que tem razão. Já que os votos do PT desapareceram das urnas, melhor fazer uma operação para tentar encontrá-los. Quem sabe a Polícia Federal (PF) poderia ajudar? Ihh! Pode não, ela vai levar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se ele não se apresentar espontaneamente a Curitiba para depor ao juiz Sérgio Moro. Como o comandante do processo é implacável, corre o risco de não voltar a São Bernardo do Campo. Fica por lá mesmo. Nem precisa explicar onde. Não é nas grades dos resultados eleitorais para o PT. São as outras mesmo.
Melhor cuidar da política nacional. Afinal, acredite, esta semana vai ter votação no Congresso. Tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. Nossos nobres parlamentares cumpriram, pelo menos, a promessa que haviam feito. Não é para menos. Afinal, há projetos importantes na pauta de votações, como o limite, pela inflação do ano anterior, para os reajustes salariais nos três poderes.
Se passar, é claro. A pressão, tanto de integrantes do Ministério Público quanto do Judiciário, é grande e poderosa. E deputados e senadores morrem de medo dos promotores em suas bases eleitorais e dos procuradores da República em Brasília, foro privilegiado, só para lembrar.
Já que o Judiciário foi citado, sobre a polêmica travada por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com transmissão ao vivo pela TV da sessão, melhor nem entrar no assunto. Logo os magistrados mais importantes do país. Mas, já que entrou, a coluna, no entanto, fica pressionada em condenar a atitude.
Por falar em pressão, vamos à panela, onde os brasileiros fazem o café, mania da maioria dos brasileiros que o tomam sem parar. É que ele caiu de preço. Por quê? Porque muita gente não estava comprando mesmo. Mas a explicação é do próprio Instituto Brasileiro de Café (IBrafe): “São os altos preços”. E garante que foram reduzidos depois que o país importou mais e a colheita “teve leve aumento”.
Por falar em preços caindo, só tomando um cafezinho, meia xícara com açúcar, bem entendido, porque o preço até diminuiu, assim como as exportações do café. Mas, mesmo assim, ainda está salgado.
De BH para o mundo
Mineiro de Belo Horizonte, José Marcos Nogueira Viana foi sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado. Ele foi indicado para ser diplomata em Omã, no Oriente Médio. José Marcos tem longa carreira, já esteve nas embaixadas de Paramaribo (Suriname), Viena (Áustria), Trípoli (Líbia), Genebra (Suíça) e La Paz (Bolívia). Para assumir em Omã, ele deixa Roseau, capital da Dominica, onde foi embaixador desde 2011. Outro que será sabatinado é Antonio José Maria de Souza e Silva, que foi designado pelo Itamaraty para Myanmar, no sudeste asiático. Ele já serviu em Dili (Timor Leste) e em Maputo (Moçambique). O plenário do Senado é que dá a palavra final da aprovação.
A voz do leitor
“Bom dia, Baptista. Urge fazer uma reforma política, não só para acabar com os partidos de aluguel como também para corrigir injustiças. Não consigo entender a lógica da eleição de vereadores em Belo Horizonte. A contabilidade não fecha, pois o PHS elegeu três vereadores com 5.165, 3.341 e 3.048 votos, enquanto o PV não elegeu seus candidatos que tiveram 6.002 e 5.596 votos. Portanto, dois vereadores não eleitos do PV somaram 11.598 votos, mais que os três eleitos pelo PHS que somaram 11.554. É uma excrescência do sistema político, ou estou equivocado?” Não, caro leitor Kleber Pereira Gonçalves, são mesmo as idiossincrasias do sistema político brasileiro.
Só dois em Minas
Foram nada menos que 71 deputados federais que disputaram a eleição para prefeitos no domingo. E ainda teve 10 outros que preferiram ser candidato a vice-prefeito. É pouco? Bem, pouco foram os votos que receberam. Entre os federais, só oito conseguiram se eleger. De Minas Gerais, só um, Odelmo Leão (PPS), que venceu com larga margem no primeiro turno para voltar à Prefeitura de Uberlândia, que já comandou várias vezes. Já candidatos a vice-prefeito o número foi menor, só em 14 cidades. Entre elas, Juiz de Fora, que terá segundo turno entre a deputada Margarida Salomão (PT) e Bruno Siqueira (PMDB), que já entra na disputa com larga vantagem, quase 40% no primeiro turno.
Retificação necessária
Aliás, mais que necessária. Sobre notas publicadas no último domingo, o ex-ministro Ibrahim Abi-Ackel foi eleito para integrar a Academia Mineira de Letras (AML), não para o seu comando. Ele vai ocupar a cadeira do saudoso professor Aluísio Pimenta, mas ainda não há uma data marcada para a sua posse. Já Luiz Carlos Abritta preside a Academia de Letras do Ministério Público e não a AML, a cujos quadros não pertence. A atual presidente da Academia Mineira de Letras, Elizabeth Fernandes Rennó de Castro Santos, que pediu a retificação com toda razão, foi eleita em 12 de maio de 2016 para o triênio 2016/2019 e exerce o cargo desde então. A coluna pede desculpas pelas informações erradas que recebeu.
PINGAFOGO
Do presidente Michel Temer (PMDB), lá da Argentina, sobre as eleições: “Há uma decepção com a classe política em geral”. Uai, Temer. Só agora? Faz tempo presidente. Basta checar a abstenção, votos brancos e nulos em todas as eleições.
Em tempo: ainda do Financial Times: “The pro-business Brazilian Social Democracy party, or PSDB, emerged victorious in the first round of Brazil’s local elections on Sunday”.
“Pro-business”? Well, pró-negócios, na tradução literal. Já na tradução livre da coluna, favorável ao mercado, à livre negociação, inclusive com países estrangeiros e por aí vai. Tradução mais exata? Completamente diferente do PT.
Mais um em tempo: na Assembleia Legislativa, dois deputados foram eleitos prefeitos: Deiró Marra, em Patrocínio. E Wander Borges, em Sabará. Ah! Um detalhe. Ambos são filiados ao PSB.
E ainda há os deputados estaduais que disputam em Belo Horizonte. João Leite, do PSDB, e Paulo Lamac, da Rede. Calma, gente, a coluna não endoidou. Lamac é o candidato a vice-prefeito de Alexandre Kalil (PHS).
Já que tocamos no assunto, ainda resta o terceiro turno. É aquele dos candidatos que disputaram, mas estão pendurados na Justiça Eleitoral.