A perplexidade do governo, que não consegue encontrar caminhos para debelar a crise, não é exclusividade do Palácio do Planalto. A oposição e o PMDB, legenda que, como de costume, transita nos dois lados da balança do poder, também discutiram na noite de quarta-feira, em um jantar, todas as possibilidades para que o país saia da crise. O único consenso é o de que o governo Dilma acabou. O que fazer a partir dessa contestação é que não está fechado. Uma das alternativas que ganham força é a transformação do sistema de governo de presidencialista em parlamentarista.
Líder da bancada, o senador Eunício Oliveira (CE) não é tão governista como Renan, mas mantém o tom de cautela sobre as mudanças políticas. “Não fechamos nada, conversamos sobre cenários. O que eu tenho dito, sempre, é que não podemos perder o Brasil para a crise”, disse Eunício.
Futuro vice-presidente do PMDB, o senador Romero Jucá é o mais contundente defensor de um afastamento em relação à administração petista. “O governo enfrenta muitas dificuldades, não há dúvidas. O mais recente equívoco foi a nomeação desastrada do ministro da Justiça (Wellington César Lima e Silva), que acabou derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF)”, disse o peemedebista.
Questão de tempo
O PMDB vai manter as conversas com a oposição e os líderes do partido devem procurar, nas próximas semanas, o DEM. Um tucano que participou do encontro lembra que é apenas uma questão de tempo para que as diversas tendências do PMDB se unam. “Eles sabem que qualquer solução para esse atual momento passa pelo PMDB. Não vão perder a oportunidade que têm pela frente por disputas internas”, disse o senador tucano.