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Estado de Minas

Governo terá 2016 com pendências políticas e econômicas que devem voltar com mais força

Governo terá um ano difícil, com pendências políticas e econômicas que devem voltar com mais força. Para oposição, única solução para o país é a saída da presidente Dilma do poder


postado em 01/01/2016 06:00 / atualizado em 01/01/2016 07:59

Em 2015, as manifestações de rua pelo impeachment da presidente Dilma deixaram o governo acuado(foto: Luciane Evans/EM/D.A Press - 13/12/15)
Em 2015, as manifestações de rua pelo impeachment da presidente Dilma deixaram o governo acuado (foto: Luciane Evans/EM/D.A Press - 13/12/15)

Brasília - O ano passado foi tão marcante no campo político e econômico que ele parecia não ter fim. Na verdade, o término foi só no calendário, com a explosão dos fogos de artifício do réveillon. Os efeitos de 2015 estarão muito presentes em 2016, e governo e oposição sabem que os riscos do agravamento da crise são concretos. Enquanto o Planalto sonha com uma mudança gradativa de cenário e humor, a oposição aposta no confronto para promover a transição de poder em Brasília. Com a mudança na equipe econômica antes da virada do ano – a troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no comando da Fazenda –, a presidente Dilma Rousseff começou a planejar a virada de página do ajuste fiscal, mesmo sabendo que a trajetória será longa e dolorosa. O primeiro passo foi dado antes de 31 de dezembro: a quitação dos R$ 72,4 bilhões das pedaladas e obrigações fiscais de 2015. “É uma forma de deixar claro que não queremos mais discutir o passado e precisamos olhar para frente”, disse um interlocutor palaciano.

A questão não é apenas econômica, mas também política. As pedaladas são, até o momento, o principal embasamento para o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A entrevista dada pelo chefe da Casa Civil, ministro Jaques Wagner, a uma rádio baiana, admitindo que parte da atual recessão que afunda o país foi provocada por erros provocados pelo governo no primeiro mandato, também serviria para sinalizar humildade, uma vez que Dilma sempre atribuiu a retração do Produto Interno Bruto (PIB) à crise internacional.

Os dois fatores serão importantes, na visão palaciana, para afastar de vez o temor do impeachment. Tão logo o Congresso retome as atividades, deverá ser composta a comissão especial que analisará o pedido de afastamento da presidente. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) foi considerada positiva pelo Planalto, mas a base aliada terá de assegurar o número de votos necessários — um terço na Câmara (171 votos) — para sepultar o impedimento. “O governo pode até conseguir esse número, mas jamais conseguirá recuperar a base parlamentar. Será sempre um governo capenga”, cravou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Esses são os dois objetivos a curto prazo imaginados pelo governo. Caso consiga vencer essa tormenta inicial, Dilma e integrantes da equipe econômica pretendem retomar o plano de concessões de infraestrutura, que travou por causa da retração econômica e da queda de confiança em relação aos rumos do governo. Dilma nunca escondeu que tem especial apreço pelo setor de infraestrutura. Retomar os leilões de energia, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos teria, na opinião de interlocutores palacianos, dois efeitos práticos: o primeiro, recuperar o caixa do governo. O segundo, retomar os trabalhos em uma área estratégica para o país que ficou paralisada pela crise e pelas investigações da Operação Lava-Jato, que afundaram as principais empreiteiras em um gigantesco esquema de corrupção a partir da Petrobras. E, no fim do ano, retomar os investimentos necessários ao país.

EFEITOS Para a oposição, a página só será efetivamente virada se Dilma sair do Palácio do Planalto. “Ela não tem mais nenhuma condição de propor uma unificação em torno de qualquer projeto para retomada do crescimento”, afirma o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que assumirá o cargo de líder da bancada tucana na Câmara em fevereiro. “Por isso, precisaremos reforçar a pressão, junto aos parlamentares, aos formadores de opinião e à população, pelo impeachment da presidente Dilma”, declarou. Imbassahy acredita que, naturalmente, as pessoas sentirão os efeitos deletérios da crise econômica e a aversão à presidente aumentará. “Não há como negar que o governo do PT promoveu uma inclusão social. Mas ela acabou, e com efeitos perversos para os mais carentes”, disse o baiano. Há cerca de três meses, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conversa com deputados e senadores do PT, reconheceu que a gestão do PT, “que tinha dado tanto para os mais carentes, não poderia entrar para a história como aquela que tiraria tudo”. Para Imbassahy, é justamente o que está acontecendo. “As pessoas estão perdendo o emprego, estão endividadas, porque aproveitaram os tempos de bonança para adquirir bens, o que é natural. O cenário para 2016 não é bom”, sentenciou o parlamentar.


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